A catástrofe se aproxima
Países como a China, Hong Kong e Canadá são os mais afetados pelos riscos de endividamento. Segundo o estudo da agência de crédito Equifax, os cidadãos canadenses devem mais de 1,8 trilhões de dólares (R$ 5,9 trilhões) aos bancos, excluindo os empréstimos hipotecários. Ou seja, 22.800 dólares (R$ 75.000) de dívida por pessoa.
As bolhas de crédito ameaçam as economias de outros países desenvolvidos, como a Bélgica, a Coreia do Sul, a Austrália e, evidentemente, os EUA, cuja dívida pública alcançou 21 trilhões de dólares (R$ 70 trilhões).
"Um aumento da inflação deliberadamente provocado ou um simples perdão da dívida pode desencadear uma catástrofe financeira global", advertiram os analistas da empresa de serviços financeiros russa BCS.
O cenário pessimista não parece ser assim tão improvável, explica o autor do artigo. A dívida global, que agrupa todas as dívidas dos governos, bancos, empresas e agregados familiares do planeta já superou 233 trilhões de dólares (R$ 756 trilhões).
Em 2000, este índice era de 87 trilhões de dólares (R$ 286 trilhões). Isso significa que, nos últimos 17 anos, este valor triplicou.
As crises financeiras nascem, tradicionalmente, nos EUA. As decisões da Reserva Federal (banco central dos EUA) não são o único culpado. A iniciativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de reduzir a carga fiscal sobre as empresas contribuirá para o aumento do déficit orçamental dos EUA, sublinhou Naumov.
"Já neste ano o déficit alcançará níveis recorde, superando um trilhão de dólares [R$ 3,3 trilhões] e continuará crescendo entre 150 e 200 bilhões de dólares [R$ 494-657 bilhões] por ano", enfatizou Konstantin Korischenko, ex-vice-presidente do Banco da Rússia.
De acordo com os especialistas, essa dívida não exercerá pressão crítica sobre o sistema financeiro russo.