A manipulação do preço do ouro por parte dos bancos centrais mundiais é um fato bem documentado, segundo Ronan Manly, especialista da casa de câmbio de metais preciosos BullionStar, de Singapura. Manly explicou ao canal de televisão RT por que essas entidades querem suprimir o preço de ouro.
"Para os bancos centrais o ouro é como o sol para os vampiros. Sentem-se aterrorizados por ele, mas, ao mesmo tempo, ficam fascinados", disse Manly.
Manly sublinhou que estes esforços para manter o preço do ouro abaixo de um valor determinado são "coordenados e orquestrados pelos EUA", porque o ouro é um instrumento que serve para medir a força relativa das moedas fiat, como o dólar e outras divisas, cujo valor é ditado pelos governos e não é respaldado por reservas físicas de ativos.
O resultado da "colusão" entre essas entidades bancárias desde os anos 60 foi a introdução de duas mudanças estruturais no mercado do metal, destinadas a redirecionar a demanda do ouro físico para o ouro em papel.
O segundo método para restringir os preços é o empréstimo de ouro. Isso ocorre quando os bancos centrais introduzem seus lingotes de ouro no mercado, o que aumenta a oferta do metal e, portanto, faz o preço do metal cair. Este tipo de manobras "é totalmente opaco e oculto, sem relatórios obrigatórios nem voluntários dos bancos centrais", sublinhou Manly.
"Os bancos centrais fazem todo o possível para garantir que o mercado não conheça o tamanho ou existência de empréstimos de ouro extraordinários", disse o especialista.