"É muito provável que o gabinete veja esta crise como uma 'pequena guerra vitoriosa' que lhe permita ganhar pontos dentro do país, mas isso não dará certo", disse o diplomata à edição Mail on Sunday.
"A presunção de inocência é um princípio legal universal e o ónus da prova recai sobre o governo britânico", sublinhou Yakovenko, comentando as exigências de Londres que Moscou apresente provas de sua inocência no caso Skripal.
Além disso, o embaixador russo comparou as acusações não provadas do caso Skripal com as das armas de destruição em massa, que Londres e Washington usaram para justificar a invasão ao Iraque 2003.
"Naquele momento duvidar dessas declarações dos EUA e Reino Unido se considerava como uma louca teoria da conspiração. Agora a situação mudou", sublinhou o diplomata.
As relações entre Moscou e Londres se deterioraram no início de março depois de o ex-oficial de inteligência russo Sergei Skripal e sua filha terem sido encontrados inconscientes em um centro comercial na cidade de Salisbury.
Neste sábado (17), a Rússia anunciou medidas de retaliação contra o Reino Unido, declarando 23 funcionários da Embaixada do Reino Unido em Moscou como personae non gratae em resposta ao movimento de Londres. O Ministério das Relações Exteriores também revogou seu acordo sobre abertura e operação do Consulado Geral do Reino Unido na cidade russa de São Petersburgo, segundo o comunicado. Além disso, foi tomada a decisão de encerrar as atividades do British Council na Rússia, já que seu "status legal não foi definido".