Documentário mostra imagens raras do Estado Novo e lança debate sobre o período

© Foto / DivulgaçãoCena do documentário “Imagens do Estado Novo 1937 – 45”
Cena do documentário “Imagens do Estado Novo 1937 – 45” - Sputnik Brasil
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Estreou nos cinemas brasileiros esta semana o filme "Imagens do Estado Novo 1937-45", dirigido por Eduardo Escorel e produzido por Cláudio Kahns. O longa-metragem revisa a herança do período ditatorial de Getúlio Vargas através de imagens raras.

O filme levou 12 anos para ser concluído e utiliza registros oficiais de propaganda do Estado Novo, arquivos de cinejornais brasileiros, fotografias, cartas, filmes familiares e até trechos do diário de Getúlio Vargas.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o diretor Eduardo Escorel disse que escolheu imagens que não se restringissem apenas ao universo da política institucional e formal.

"Nós achamos que não devíamos agregar estritamente cenas relacionadas com a política. Daí por exemplo, as cenas de filmes de família que, em tese poderiam não estar no filme, mas elas dão justamente uma visão mais ampla do período que não se limita e restringe as tramas da política" afirmou.

Conhecido também por seu trabalho de crítico e montador, Eduardo Escorel fez a trilogia "1930 — Tempo de revolução" (1990), "32 — A guerra civil" (1993) e "35 — O assalto ao poder" (2002).

O "Imagens do Estado Novo 1937-45" é mais um filme para a sequência de documentários sobre a história brasileira feitos pelo diretor.

"Esses filmes todos, esses quatro documentários foram feitos para adquirir um pouco mais de conhecimento sobre esse período, para satisfazer uma curiosidade pessoal, uma vontade, um desejo de entender o período e de compartilhar esse esforço de compreensão com o público", disse Escorel.

Para ele, o período do Estado Novo não tão falado quanto o governo de Getúlio da década de 50.

"Fala-se mais do Getúlio da década de 50, quando ele é eleito, do Getúlio populista, do Getúlio que se suicida em 1954 e do Getúlio ditador fala-se menos. Mas é um período importante da história do Brasil, do ponto de vista econômico, artístico e cultural", completa.

O documentário foi premiado no Festival É Tudo Verdade com Menção Honrosa e no Festival Recine — Festival Internacional de Filmes de Arquivo como Melhor Filme Júri Popular e Melhor Pesquisa. 

FICHA TÉCNICA

Direção: Eduardo Escorel

Produção: Cláudio Kahns

Roteiro: Flávia Castro e Eduardo Escorel

Pesquisa de imagem: Antonio Venâncio

Montagem: Pedro Bronz e Eduardo Escorel

Editor de Som: João Jabace

Música: Hermelino Neder e Newton Carneiro

Empresa Produtora: Brasil 1500

Produtores associados: Tatu Filmes e Cinefilmes

Apoio: Univesp, Tv Cultura, Canal Curta.

Duração: 3h47min em duas partes com intervalo de 15 minutos.

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