Cientistas decifram DNA de um dos mais famosos 'alienígenas' já encontrados

© Foto / Bhattacharya S et al. 2018Humanoide Ata, encontrada no Deserto do Atacama em 2003
Humanoide Ata, encontrada no Deserto do Atacama em 2003 - Sputnik Brasil
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A misteriosa criatura humanoide de 15 cm com um crânio alongado e deformado, encontrada em 2003 no Deserto do Atacama (Chile), gerou interesse enorme, especialmente entre pessoas que buscam sinais de vida extraterrestre na Terra.

Contudo, de acordo com o novo estudo, publicado na revista Genome Research, os restos encontrados no Atacama pertenciam a um bebê que sofria de diferentes alterações genéticas responsáveis por afetar o desenvolvimento de seus ossos.

"Agora sabemos com certeza que se trata […] de um bebê nascido prematuramente, ou ao contrário, nascido tarde demais e por isso morreu praticamente logo depois de nascer. Acho que seria melhor devolver o corpo ao Chile ou sepultá-lo conforme as tradições dos povos locais", afirmou Garry Nolan, geneticista da Universidade Stanford (EUA).

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Nos últimos anos, adoradores de teorias de conspiração quanto à existência de vida extraterrestre vêm "evidenciando" a presença alienígena em nosso planeta, usando como argumentos duas descobertas relativamente recentes – o corpo de Aleshenka, suposto alienígena encontrado no povoado russo de Kyshtym em 1996, e sua "prima" Ata, encontrada em um povoado abandonado no deserto do Atacama em 2003.

Diferentemente do caso Aleshenka, cujos restos foram perdidos antes de serem analisados por especialistas, o corpo de Ata tem sido estudado pela comunidade científica há mais de 15 anos.

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De acordo com Nolan, Ata parece ser um alienígena não somente por sua aparência externa, mas também, por dentro. Por exemplo, o esqueleto da criatura parece mais com os ossos de uma criança de 8 anos, embora sua altura corresponda a somente 15 cm, sendo equivalente a um feto. Além disso, a "extraterrestre” possui apenas 10 pares de costelas, e não 12 como todas as pessoas saudáveis, e nem 11, igual a portadores de várias deficiências genéticas. Todas essas particularidades foram usadas por diferentes "ufólogos" e outros buscadores de vestígios de ETs.

Contudo, ainda em 2013, Nolan e seus colegas conseguiram decifrar uma parte do DNA de Ata e revelaram que os restos pertenciam a uma pessoa que faleceu muito rapidamente.

O cientista tentou revelar também as origens da aparência tão peculiar da criatura, lançando duas teorias principais. Ata era uma criança de 8 anos que sofria de formas extremas de nanismo e outras disfunções, podendo ter morrido ainda enquanto feto devido à progéria, ou seja, envelhecimento prematuro.

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O próprio Nolan apoiava a primeira teoria, contudo, não podia encontrar genes responsáveis pelo nanismo do "alienígena". No fim das contas, o cientista realizou uma nova análise, ao decifrar completamente o DNA de Ata, e estudou aproximadamente três milhões de mutações. 

Como resultado, geneticistas encontraram 600 genes drasticamente afetados por mudanças negativas, muitas das quais estavam relacionadas à escoliose, a disfunções na síntese de colágeno e tecido ósseo, ao envelhecimento prematuro, a anomalias em número de costelas e a outras particularidades do corpo de Ata. Tudo indica que a menina teria morrido na infância ou quando ainda era feto. 

O estudo posterior do DNA de Ata pode ajudar os cientistas a revelar os motivos de desenvolvimento de muitas doenças congênitas, relacionadas ao esqueleto, e a encontrar meios potenciais de seu tratamento.

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