Celebrado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o acordo possibilitará a utilização de dados do satélite Sentinel, do programa Copernicus, mantido pela ESA, Agência Espacial Europeia. Segundo o Ministério, o acordo estabelece a participação do Brasil no programa Copernicus e determina que o acesso aos dados dos satélites Sentinel ficará sob responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao MCTIC.
Segundo ela, “para que o acordo seja efetivamente concretizado, resta ainda firmar mais duas etapas, representadas por dois acordos de arranjos técnicos no sentido de o Brasil como se dará, efetivamente, a utilização de dados captados pelos satélites do Copernicus".
Para Adriana Thomé, o início efetivo da utilização dos dados do satélite europeu pelo Brasil pode acontecer a partir do próximo ano.
“Nossa previsão é de que a utilização dos dados do satélite Sentinel pelo Brasil se dê entre o final de 2019 e o início de 2020. Precisamos construir obras de infraestrutura, a partir da ligação submarina de fibra ótica que será feita pela União Europeia, partindo de Lisboa, em Portugal, e chegando à Fortaleza, capital do Ceará. Já a nossa tarefa será construir a estrutura que conduzirá esta rede de fibra ótica de Fortaleza até São José dos Campos, São Paulo, sede do Inpe”, explicou.
Na opinião da cientista, o Brasil terá grandes avanços com a utilização destas observações, pois, segundo ela, "com estes acordos ajustados com a União Europeia, o Brasil dará um grande salto de qualidade na observação dos efeitos dos fenômenos climáticos e da devastação em áreas que deveriam estar rigorosamente protegidas como as regiões da Amazônia e do Cerrado”.
Segundo ele, "este monitoramento pelo uso de satélites europeus vai ser de grande utilidade para se acompanhar a devastação na Amazônia e em outras regiões".
"A tecnologia vai possibilitar melhor observação da destruição, das ações humanas e, também, das ações empreendidas para recuperar estas regiões. É muito importante contar com um aparato tecnológico destes porque, só através dele, poderemos ter melhor visão sobre esta imensidão formada pela Amazônia devido à sua relevância não só para o Brasil como para o contexto mundial", destacou.
O especialista disse também que “este acordo com a União Europeia permitirá ao Brasil utilizar equipamentos de altissima tecnologia para 'furar' as nuvens e ter melhor observação das áreas devastadas por ações humanas ou erosão natural. E é também através desta observação mais apurada que poderemos ter exata noção dos recursos naturais que a Amazônia tem a oferecer ao Brasil”.
Foi destacado também que, além da Amazônia, o Cerrado também terá grandes ganhos de observação e monitoramento com o sistema europeu a ser utilizado pelo Brasil. Segundo David Zee, os reflexos destes cuidados se estenderão das florestas aos oceanos.