As imagens exibidas nesta semana na televisão paquistanesa mostram o primeiro-ministro recuperando sua bolsa e casaco e saindo de um posto de segurança no que parece ser um aeroporto americano. Notando que Abbasi tem um passaporte diplomático e recebe certos privilégios de privacidade como chefe de Estado, os analistas da TV paquistanesa disseram que a maneira indecorosa como o primeiro-ministro foi tratado causou vergonha ao país.
Abbasi esteve nos EUA há duas semanas em uma viagem particular para visitar sua irmã enferma, mas também se encontrou com o vice-presidente norte-americano Mike Pence. Pence teria dito a Abbasi que precisava fazer mais para tratar das preocupações dos EUA sobre os supostos vínculos do Paquistão com o terrorismo.
O tratamento de Abbasi no aeroporto ocorre em meio a relatos de que o governo Trump está considerando sanções contra Islamabad por supostamente abrigar combatentes do Talibã que estão em guerra contra o governo apoiado pelos EUA no Afeganistão.
"As opções em consideração incluem a revogação do status do Paquistão como importante aliado que não está na OTAN, cortar permanentemente a ajuda militar dos EUA que foi suspensa há dois meses e até impor proibições de vistos ou outras sanções a indivíduos do governo paquistanês considerados responsáveis por fornecer apoio aos militantes", informou a revista Foreign Policy.
As relações entre Washington e Islamabad azedaram desde que Trump assumiu o cargo. Em uma série de tweets de janeiro, o presidente dos EUA atacou o Paquistão por oferecer um "paraíso seguro" para grupos terroristas.
"Os Estados Unidos deram ao Paquistão mais de US$ 33 bilhões em ajuda nos últimos 15 anos, e eles não nos deram nada além de mentiras e enganos, pensando em nossos líderes como tolos", escreveu Trump no Twitter.
Dias depois, Washington anunciou que estava suspendendo mais de US$ 900 milhões em ajuda de segurança ao Paquistão. Em resposta, Islamabad suspendeu os laços militares e a partilha de informações com os EUA.