"É um momento histórico extraordinário; é a introdução da Polônia em um mundo totalmente novo de tecnologia de ponta, armas modernas e meios defensivos", afirmou o presidente da Polônia, Andrzej Duda, durante a cerimônia de assinatura nesta quarta-feira.
"Os primeiros sistemas Patriot chegarão à Polônia em 2022, e os próximos em 2024", destacou o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki à emissora pública TVP Info na terça-feira, acrescentando que o acordo "foi muito bem negociado".
Espera-se que os sistemas de defesa de mísseis "garantam a segurança do nosso céu de uma maneira sem precedentes", disse ele. De acordo com Morawiecki, os sistemas Patriot utilizam a mais recente tecnologia, que os EUA estão vendendo apenas para a Polônia.
"Esta é a prova da nossa estreita solidariedade como aliados, que os americanos confiam na Polônia", avaliou.
O sistema Patriot é um sistema de defesa de mísseis de longo alcance projetado para proteger contra aeronaves, drones e mísseis balísticos ou de cruzeiro. A solução de longo alcance e alta altitude foi testada mais de 3.000 vezes, segundo a Raytheon.
O contrato vem com um pacote de compensação projetado para "aumentar a capacidade de produção de plantas polonesas". O primeiro-ministro acrescentou que esse pacote de compensação permitiria que a Polônia "desenvolvesse novas soluções militares em cooperação com os EUA".
Tensões com a Rússia
Falando sobre as relações já tensas com Moscou, Morawiecki sustenta que Varsóvia quer ter laços amigáveis com seus vizinhos, incluindo a Rússia, mas "seria melhor se as relações amistosas fossem reforçadas por nossa força militar".
Em novembro, o Congresso dos EUA fez um acordo para 16 lançadores e 208 mísseis interceptadores PAC-3 MSE, além de estações de radiolocalização para o sistema de defesa móvel de alcance médio da Polônia. Para justificar o dispendioso projeto, o ministro da Defesa da Polônia confiou na familiar narrativa da "ameaça russa".
Na verdade, o acúmulo militar da OTAN perto das fronteiras da Rússia, inclusive na Polônia e nos países bálticos, aumentou nos últimos anos com Moscou sendo regularmente apresentado como um bicho-papão que precisa ser repelido.
O Kremlin diz que, reforçando as defesas antimísseis ocidentais à porta da Rússia, a OTAN corre o risco de comprometer a segurança regional. O ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse em fevereiro que Washington está tentando se firmar na Europa por meio do bloco militar.
"Apenas uma imaginação inflamada" poderia sugerir a ideia de que Moscou está prestes a atacar os estados bálticos ou a Polônia, afirmou Lavrov em entrevista à rede Euronews.
"Guiados por essa lógica falsa, ocorre uma implantação muito real de artilharia pesada e grandes contingentes adicionais na fronteira entre a OTAN e a Rússia", disse o ministro, referindo-se aos Estados bálticos, à Polônia e à Romênia com seu local de defesa antimíssil.