Reino Unido deve mostrar prova de que agente químico era da Rússia, dizem especialistas

© AP Photo / Misha JaparidzeAug. 9, 2006 file picture Sergei Skripal speaks to his lawyer from behind bars seen on a screen of a monitor outside a courtroom in Moscow
Aug. 9, 2006 file picture Sergei Skripal speaks to his lawyer from behind bars seen on a screen of a monitor outside a courtroom in Moscow - Sputnik Brasil
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Um ex-chefe da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) rejeitou as alegações de que a Rússia esteja por trás do ataque químico de Salisbury, no Reino Unido. O especialista acrescentou que o Irã foi mais recentemente conhecido por ter Novichok [substância A-234] - não a Rússia.

Enquanto os EUA, a Europa e outras nações participam de uma expulsão em massa de diplomatas russos, após as alegações do Reino Unido de que o Kremlin é "culpado" pelo envenenamento de Sergei e Yulia Skripal, o Dr. Ralf Trapp tem reservas. O ex-secretário do Conselho Consultivo Científico da OPAQ disse que, nesta fase, não há evidências conclusivas de responsabilidade russa.

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Em uma entrevista exclusiva à organização INSURGE, a ex-autoridade sênior disse que, embora haja evidências convincentes de que a Rússia tenha executado um programa secreto de pesquisa para fabricar agentes químicos da categoria Novichok, não há provas de que tais programas ainda existam hoje.

"Não tenho informações sobre se a Rússia continuou o programa depois de meados dos anos 90”, disse ele, “mas não excluiria a possibilidade de que pequenas quantidades do que poderia ser 'explicado' como materiais necessários em pesquisas de proteção tenham sido retidos ou recentemente sintetizado. Mas novamente — não há dados reais sobre isso", afirmou.

Quando perguntado se a Rússia era a responsável pelo ataque aos Skripals, Trapp disse: "… há outras possibilidades teóricas", acrescentando que "isso dependeria do que mais o Reino Unido conhece e ainda não tornou público", explicou ele, que "não pode ver imediatamente motivo ou oportunidade" para outras partes envolvidas "exceto para o Reino Unido, como sugerido pela Rússia". No entanto, ele acrescentou que ele não "considerou [essa teoria] credível em tudo".

A falta de provas do governo britânico também foi levantada pelo ex-embaixador do Reino Unido no Uzbequistão, Craig Murray. Documentos judiciais proferidos na semana passada em uma decisão sobre os cuidados médicos da Skripal também notaram que o produto químico usado era um “agente nervoso de classe militar de um tipo desenvolvido pela Rússia” — mas não confirmou conclusivamente a origem da arma.

Depois que o governo britânico colocou a culpa pelo ataque de Salisbury à Rússia, Moscou exigiu uma amostra do agente usado por seus próprios especialistas para analisar. Isso teria permitido à Rússia publicar suas próprias descobertas, mas o Reino Unido se recusou a fornecer uma amostra.

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Leonard Rink, um dos cientistas russos que confirmou a existência do programa Foliant que originalmente desenvolveu os produtos químicos Novichok, acredita que a recusa do Reino Unido em fornecer a amostra química sugere que ela não é necessariamente de origem russa.

"Para qualquer país com armas de destruição em massa — o Reino Unido, os EUA, a China e todos os países desenvolvidos — qualquer país com pelo menos alguma química não teria problemas para criar esse tipo de arma", disse. "Por que os britânicos não estão fornecendo amostras para Moscou? Porque não importa o quanto os especialistas [britânicos] tentem, uma tecnologia sempre diferirá um pouco. Esta é sua assinatura exclusiva. Ficará imediatamente claro que não é uma tecnologia fabricada na Rússia".

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