A demonstração de força poderia ser um aviso para aqueles que põem em questão sua soberania, afirma um artigo publicado no jornal Financial Times.
As imagens de satélite divulgadas pela Reuters correspondem supostamente à zona do mar do Sul da China perto da ilha de Hainan. Nas fotos, o porta-aviões Liaoning atravessa as águas escoltado por mais de 40 navios em direção ao sul, no que a Marinha chinesa descreveu como parte dos exercícios militares de rotina que se realizam a cada ano.
"É claro que se trata da maior operação [militar] na região do mar do Sul da China […] USS Carl Vinson esteve durante muito tempo na região. A China quer mostrar que não tem medo", afirma Gang.
O gigante asiático considera como provocação as conhecidas como "patrulhas de liberdade de navegação" de navios estadunidenses que navegam perigosamente perto das ilhas artificiais chinesas do arquipélago Spratly, também ao sul do país. Em 24 de março, o USS Mustin se aproximou a menos de 19 quilômetros de uma dessas ilhas construídas pela China.
"A julgar pelas imagens, parece que a China está ansiosa por demonstrar que as diferentes partes de sua Frota do Mar do Sul são capazes de unir-se em formação de forma rotineira com o grupo de combate do seu porta-aviões", sublinha Koh.
O representante do Ministério da Defesa Chinês, Ren Guoqiang, no entanto, declarou em 29 de março que as manobras são pura rotina e que não se pretende apontar para qualquer país. "O objetivo é melhorar e colocar à prova as capacidades do Exército Popular de Libertação", limitou-se a apontar o porta-voz.
Seja ou não intencionalmente, a verdade é que o movimento lança uma mensagem poderosa para os Estados Unidos, especialmente depois de terem imposto restrições comerciais à China, diz Gary Li, especialista em capacidades militares chinesas e membro da consultora APCO Worldwide, com sede em Pequim.
"É uma clara mensagem dirigida aos americanos de que a soberania territorial não é negociável quando se trata de assuntos comerciais", resumiu.