Falando à RT, o ex-dirigente europeu, que ocupou a vice-presidência da organização entre 1994 e 2000, classificou o escândalo envolvendo a família Skripal de "grande ameaça à paz internacional".
"É contra as regras e regulamentos europeus e internacionais a maneira como o governo britânico se comportou em relação à Rússia naquele caso criminal", disse ele. Wimmer definiu o Reino Unido como um "Estado mafioso".
Da mesma forma, Wimmer lembrou que Londres apresenta um histórico belicista. Citou, como exemplo, a decisão de invadir o Iraque em 2003 com base em informações falsas sobre a suposta ameaça representada por aquele país árabe.
Quanto à solidariedade aos britânicos, demonstrada pela maioria dos países da UE, o antigo vice-presidente da OSCE disse que esse seria um "comportamento padrão dos aliados". Ele recomendou que os Estados-membros pensem duas vezes antes de fazer algo semelhante no futuro.
"Se um país pede solidariedade e apoio, outros o fornecem porque, do contrário, é impossível administrar organizações como a UE ou a OTAN", explicou.
No entanto, "o que os britânicos estão fazendo, [mais precisamente] o governo de Theresa May, é se aproveitar dessa solidariedade, que é um fundamento básico da UE e da Otan".
O ex-vice-presidente da(OSCE), Willy Wimmer, lembra que Londres se baseou em dados falsos para justificar a invasão do Iraque em 2003.
No dia 4 de março, o ex-agente de inteligência russo Skripal, que também trabalhava para a inteligência britânica, foi encontrado inconsciente junto com sua filha em um banco de um shopping na cidade de Salisbury.
No dia 3 de abril, o laboratório do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha admitiu que os especialistas não conseguiram determinar a origem da substância A-234, usada para envenenar o pai e filha Skripal, segundo as autoridades de Londres.
No mesmo dia, o ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha reconheceu ter implicado Moscou no envenenamento de Salisbury somente com base em avaliação interna das informações disponíveis.