De acordo com a edição, a carta, assinada inclusive por engenheiros seniores da corporação, reflete um choque de cultura entre as empresas e o governo federal dos EUA quanto à questão de utilização da AI para fins militares.
"Acreditamos que o Google não precise de se envolver no negócio militar. Por isso, pedimos que o Project Maven seja cancelado, e que o Google elabore, publique e aplique uma política clara de que nem o Google nem seus funcionários jamais construirão tecnologias para a guerra", se lê na carta coletiva, citada pela edição.
Em entrevista à Sputnik Internacional, a analista Belinda Barnet, professora acadêmica na Universidade de Hawthorn, Austrália, comentou esta questão polêmica.
"Fico feliz por ver que os funcionários do Google expressam sua opinião. Caso eu trabalhasse na empresa, diria o mesmo e protestaria do mesmo jeito", assinalou.
"A bem dizer, a Internet e muitas outras tecnologias não existiriam sem gastos militares, tais como o circuito integrado ARPANET [rede operacional de computadores e precursor da Internet]", reconheceu a especialista.
Segundo Belinda Barnet, os riscos, ou melhor dizendo, os perigos que acompanham o projeto têm a ver com a aplicação da vasta experiência do Google na área de IA:
"Os riscos é que estão sendo desenvolvidas tecnologias altamente avançadas que ainda não existem, usando a experiência dos conhecimentos do Google nessa área."
Quando perguntada sobre a possível resposta à carta por parte da administração da corporação, a especialista ressaltou que o Google já várias vezes atendeu às demandas dos funcionários:
"No passado, o Google ouvia seus funcionários. Não posso prever o que acontecerá nesse caso", concluiu.