Esses documentos deveriam impedir que o submarino zarpasse da base naval em 20 de outubro porque o sumário interno indicava que existiam certas anomalias por entrada de água no navio. Além disso, durante a sua viagem anterior de julho de 2017 o submarino já navegou com múltiplos defeitos, informou o colunista Andrés Klipphan.
Entretanto, essas observações, assim como depoimentos de testemunhas que certificam a entrada de água através do snorkel, são, em princípio, contrárias às supostas conclusões da comissão investigadora.
Enquanto isso, em 14 agosto de 2017 – 91 dias antes da tragédia – quando o comandante do navio, Pedro Martín Fernández, registrou supostamente os problemas com o navio e informou seu chefe que era perigoso para o ARA San Juan cumprir sua missão se aproximando dos barcos de pesca para realizar reconhecimentos fotográficos.
O marinheiro aludiu aos problemas que a tripulação teve durante sua operação anterior. Apesar dos avisos, a Marinha e o Ministério da Defesa supostamente autorizaram a missão seguinte do navio, que resultou ser a última para ele, sublinha o artigo.
Em seu relatório, o comandante Fernández indicou que o submarino sofreu uma falha total do sistema de propulsão. Além disso, durante a navegação, a água do mar entrou no ventilador através do snorkel.
Segundo Klipphan, Castillo, supostamente, nem sequer tinha realizado o curso de submarinista.
Quanto aos problemas técnicos, mais uma prova das falhas mencionadas aparece nos testemunhos de Humberto René Vilte e Juan Gabriel Viana – dois tripulantes do ARA San Juan que foram obrigados a abandonar o navio no porto de Ushuaia e assim conseguiram salvar suas vidas.
Ambos os tripulantes destacaram os mesmos problemas que surgiram no relatório do comandante do navio, Pedro Martín Fernández, e as testemunhas provam que, mesmo detectadas, as falhas não foram resolvidas.
Juan Gabriel Viana concluiu que a tragédia se deveu a vários erros que poderiam ser tanto humanos como técnicos.