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Policiais precisam de armas leves, diz especialista em segurança

© Foto / Fernando Frazão / Agência BrasilPolicial militar ao lado de uma mensagem de paz na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro
Policial militar ao lado de uma mensagem de paz na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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São Paulo recebe nesta semana uma das maiores feiras de segurança pública do mundo: a LAAD Security (Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa). É a quarta edição de um evento voltado para o equipamento das forças policiais e de segurança em geral, com ênfase em aparelhos e veículos.

Segundo os organizadores desta quarta edição da LAAD Security, são mais de cem marcas expositoras e previsão de receber mais de 9 mil profissionais que atuam em segurança pública. O evento começou nesta terça-feira (10) e vai até quinta-feira.

Ouvido pela Sputnik Brasil, o coronel da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo José Vicente da Silva, hoje consultor em segurança pública, afirmou que eventos como a LAAD Security são muito importantes mas acentuou que as necessidades imediatas das polícias brasileiras são bem mais simples do que contar com equipamentos de altíssima complexidade.

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"Contrariamente ao que muita gente pensa, a maior carência das polícias do Brasil e das forças de segurança do país é a de armas leves, armas muito leves, aquelas que podem ser transportadas, sem maiores esforços, pela própria pessoa. São armas necessárias ao bom desempenho diário do policial. Hoje, o policial brasileiro utiliza, basicamente, uma pistola 9mm ou uma pistola.40 para a sua atividade, para a defesa de terceiros e para o trabalho ostensivo de policiamento. É importante ressaltar que as armas utilizadas pelas forças especiais (armas como fuzis e carabinas) estão restritas a pequenos contingentes e, no conjunto das forças policiais do país, isso representa algo em torno de 5% dos efetivos."

Com a experiência de quem foi Secretário Nacional de Segurança Pública no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, Silva apontou quais os produtos que considera mais importantes para os policiais:

"Os produtos mais importantes para as forças da Segurança Pública são aqueles que podem ajudar para a eficiência da atividade policial. Nós temos uma demanda em algumas localidades do que chamamos de meia blindagem para veículos policiais. Ou seja, blindagem para os vidros laterais e os da frente, e a blindagem das portas para servir como escudo de proteção eventual. É muito raro acontecer confrontos mortais com policiais. Nós vemos uma grande quantidade de policiais assassinados no Rio de Janeiro mas 90% desses casos ocorrem com policiais que estavam de folga. São casos lamentáveis, não resta a menor dúvida. Quanto às mortes de policiais em serviço, a meu ver, elas ocorrem muito mais por problemas de [deficiência de] treinamento do que de equipamentos. As demandas que a polícia brasileira têm hoje são muito mais do que chamamos de soft power do que, propriamente, de armamento pesado."

Para o efetivo combate à criminalidade e para o sucesso das operações policiais, o coronel da reserva diz que há necessidade de confiança e de recursos materiais:

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"Só há uma forma de se combater, efetivamente, a criminalidade: é a população confiar em sua polícia. Não há nenhuma solução fora dessa até porque a população não tem o preparo adequado para este enfrentamento. Agora, para isso, a polícia precisa de verbas. Há estados no Brasil em que não existem recursos para garantir o mínimo operacional das forças policiais. E isso para que a polícia realize suas atividades básicas. Ao contrário do que se pensa, nossa maior demanda não é por grandes helicópteros nem por complexos veículos sofisticados. Isso custa muito caro e, nesse momento, não está ao alcance das corporações policiais. O que elas precisam é de algo bem mais simples, recursos financeiros e materiais mínimos, como pistolas e coletes com preços mais em conta, para realizar seu trabalho."

Perguntado se eventos como a LAAD Security podem contribuir para maior cooperação internacional no combate ao tráfico de armas, drogas e outras ações delituosas das organizações criminosas transnacionais, José Vicente da Silva respondeu:

"Os eventos para cuidar desses problemas de ordem internacional dizem respeito aos governos dos países e não aos fabricantes de equipamentos de segurança. Nós precisaríamos mobilizar as forças governamentais para entendimentos diretos com outros governos, principalmente os dos países vizinhos ao Brasil, de modo a articular ações conjuntas para enfrentar as ações de criminosos que são muito organizados."

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