Em 6 de abril os EUA impuseram novas sanções contra 38 empresas e homens de negócio russos. Isso levou ao colapso do mercado bolsista russo. Segundo o vice-ministro russo do Desenvolvimento Econômico, Aleksei Gruzdev, essas novas sanções representam um elemento de concorrência desleal.
"Consideramos que essas sanções são infundadas e violam os princípios da concorrência saudável", declarou Gruzdev em uma entrevista à Sputnik.
Comentando as relações entre a China e os EUA, Gruzdev declarou que ambos os países são atores chave no sistema de comércio internacional e qualquer agravamento das relações entre Washington e Pequim afeta esse sistema.
"Essa situação levará a desequilíbrios e desafios para outros países […] Há especialistas que acreditam que a situação atual criará novos estímulos para desenvolvimento das relações econômico-comerciais entre a Rússia e a China, e se algumas medidas restritivas forem impostas [por parte dos EUA], os exportadores russos terão a oportunidade de compensar suas quotas no mercado", explicou o ministro.
"Um dos desafios cruciais dessa situação é a derrogação das normas e regras do direito comercial internacional, que sempre têm sido apoiadas pela Rússia. O que se passa agora não se enquadra nesse sistema", revelou Gruzdev.
Para ele, a situação pode se agravar e levar a uma onda de protecionismo, fechamento dos mercados a nível internacional e minar todo o sistema de comércio internacional existente.
Respondendo à pergunta sobre a reação da China, o ministro sublinhou que Pequim não está de acordo com as ações e medidas tomadas pelos EUA, porque têm o caráter unilateral e não estão de acordo com as normas da OMC, violando os compromissos do país no âmbito da OMC.
Gruzdev disse que a Rússia, por sua vez, já declarou no âmbito do Conselho de Comércio da OMC, realizado no fim de março, que considera as ações dos EUA ilegítimas e pediu para clarificá-las, não tendo no entanto ainda recebido quaisquer esclarecimentos.
Ela afirmou que o governo russo acompanha a situação e que serão adotadas as medidas necessárias. O ministro disse também que as autoridades russas estão estudando todas as medidas de resposta e investigações no âmbito da OMC e que, no futuro, será encontrada uma solução apropriada.
Anteriormente, Washington publicou um memorando para aplicar tarifas sobre as importações de produtos chineses em um valor total de 60 bilhões de dólares (R$ 190 bilhões), alegando o roubo de propriedade intelectual por parte de Pequim. Além disso, o presidente dos EUA Donald Trump disse que está disposto a aumentar as tarifas no valor de 100 bilhões de dólares (R$ 320 bilhões) em resposta à "injusta" imposição de tarifas por parte da China sobre produtos norte-americanos.