Segundo o World Gold Council, organização internacional de empresas no setor aurífero, a produção de ouro poderia ter atingido seu ponto máximo em 2017. Isso, unido a uma inflação subestimada e a forte demanda proveniente da China e da Índia deveria levantar os preços e fazer com que a onça alcance 1.500 dólares no final do ano (cerca de R$ 5.000), muito maior que 1.333 dólares atuais (R$ 4.300), disse Frank Holmes, diretor-geral da empresa US Global Investors Inc, citado pelo tabloide Sunday Express.
"Nossa equipe de profissionais em matérias primas crê que o desvio entre os preços do ouro e as taxas de juro nos EUA veio para ficar", disse a instituição.
O diretor da Iamgold Corporation, Letwin, explicou a razão do encarecimento do ouro: "Quando você tem uma indústria que não substitui o que produz, chega um momento no qual o preço tem que subir".
E o preço está subindo: em grande parte devido à guerra comercial entre os EUA e a China. Uma tempestade perfeita que força os investidores a buscar refúgios para salvar seus ativos perante a volatilidade da política e da economia mundial.
A reação dos mercados foi óbvia: um dia depois que Pequim respondeu às restrições de Washington, o preço de ouro aumentou quase oito dólares, (até 1.335 dólares) precisamente quando a China anunciava que aplicaria tarifas entre 15% e 25% a 128 produtos norte-americanos "com objetivo de proteger nossos interesses e compensar os danos causados pelas medidas adotadas pelos EUA", segundo o Ministério das Finanças.