"No mais alto nível, por parte dos presidentes norte-americano e francês, foi expressa uma ameaça de retaliação dura, inclusive o uso da força, contra a Síria. Queria sublinhar que a própria ameaça de usar força contra um país-membro da ONU é uma violação grave da Carta desta organização", manifestou.
Além disso, a diplomata assinalou que Moscou apoia realização de investigação imediata dos relatos sobre o alegado ataque químico na Síria.
"A Rússia se manifesta a favor da realização imediata de uma investigação imparcial das acusações antissírias não confirmadas com a ajuda da OPAQ [Organização para a Proibição de Armas Químicas]. Nós promovemos essa ideia no Conselho de Segurança da ONU de modo resoluto", realçou.
Zakharova observou também que os militares russos — em coordenação com o governo sírio — estão dispostos a garantir condições seguras de trabalho para os especialistas no próprio local do suposto acidente.
"Washington continua expressando declarações belicistas que ameaçam com uma escalada extremamente perigosa. As acusações são apresentadas não apenas contra Damasco, mas também contra a Federação da Rússia que estaria apoiando o regime de Assad e, consequentemente, partilhando a responsabilidade por seus 'crimes'", acrescentou a diplomata.
Além do mais, Zakharova apelou a "todos os membros responsáveis da comunidade internacional" para que pensem seriamente sobre as possíveis consequências de tais acusações, ameaças e ações planejadas, pois "ninguém atribuiu a líderes ocidentais o papel de gendarmes mundiais e, ao mesmo tempo, juízes de instrução, procuradores e verdugos".
Mais cedo, o Ocidente acusou Damasco de ter realizado um ataque químico contra a cidade de Douma, em Ghouta Oriental, e a ameaçou com ataques militares.
Moscou, por sua vez, refutou as informações sobre a bomba de cloro supostamente lançada por militares sírios, enquanto o Estado-Maior da Rússia comunicou sobre os preparativos alheios para as provocações com armas químicas ainda em 13 de março.