Analista: Kim vai desistir de armas nucleares por um projeto maior para Coreia do Norte

© REUTERS / KCNAO líder norte-coreano Kim Jong-un
O líder norte-coreano Kim Jong-un - Sputnik Brasil
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Há uma boa possibilidade do líder norte-coreano Kim Jong-un desistir de suas armas nucleares, como querem os Estados Unidos, a Coreia do Sul e a comunidade internacional. Em troca, a Coreia do Norte adotaria um caminho de abertura pela estabilidade do país, avaliou um analista sul-coreano.

De acordo com Lee Gee-dong, vice-presidente do Instituto para Estratégia Nacional de Segurança, Kim quer deixar o isolamento que sempre marcou Pyongyang ao longo de décadas, buscando assim reativar a economia norte-coreana, castigada por sanções e a prioridade dada ao programa nuclear.

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"Ele [Kim] é um líder prático. Ele poderia dar passos ousados. Basta olhar para a sua visita à China. Ele está mais aberto a suportar o constrangimento se as coisas funcionarem de acordo com o interesse dele e com a quebra de práticas antigas", disse Lee em um fórum em Seul, citado pelo jornal Korea Herald.

O especialista afirmou ainda que, "pelo preço certo", a Coreia do Norte deverá aceitar o início de um processo de desnuclearização da península, caminho que pode avançar nas duas cúpulas que o país terá com a Coreia do Sul (a partir de 27 de abril) e os Estados Unidos (possivelmente em maio ou junho).

"Agora a Coreia do Norte busca se tornar uma economia de mercado controlável pelo Estado e relações diplomáticas amistosas com outros países. Este ano, Kim começou sua jornada para tornar a visão uma realidade", continuou Lee, relembrando que a situação econômica é a maior ameaça para o líder norte-coreano hoje.

Ao normalizar as relações diplomáticas com seus adversários, Pyongyang tenta colocar em prática uma normativa que Kim alimenta desde 2013, unindo armamento nuclear com crescimento da economia do país. Alcançado o respeitável status de potência nuclear, o país asiático acredita ser tempo de focar na área econômica.

O analista sul-coreano relembrou a reforma feita no Aeroporto Internacional de Pyongyang, a mando de Kim.

"Kim, que viveu na Europa na infância, pode ter ficado frustrado e até mesmo envergonhado com o mau estado do aeroporto de Pyongyang, uma porta de entrada para seu país. Isso explica a visão única de Kim Jong-un, procurando construir uma nação poderosa, civilizada e socialista", analisou.

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A iniciativa de abrir canais com Seul e Washington e a sua recente ida até Pequim sinalizam que Kim está tendo uma visão distinta sobre a soberania norte-coreana, contrariando os preceitos de terror de seu avô, Kim Il-sung, e do pai, Kim Jong-il. Segundo Lee, se o Ocidente sinalizar positivamente, Pyongyang poderá deixar não só as armas nucleares para trás.

"Acho que Kim poderia se tornar um líder que poderia impulsionar as reformas e a abertura do país como Deng Xiaoping, da China, se a Coreia do Sul e a comunidade internacional responderem ativamente à determinação de Kim de abandonar seus programas nucleares", concluiu.

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