Os EUA consideram oito alvos na Síria, informou o canal de televisão norte-americano CNBC, citando fontes seguras.
A lista de oito alvos potenciais inclui dois aeródromos militares, um centro de pesquisa e uma empresa supostamente relacionada à produção de armas químicas. A fonte não especificou a localidade dessas instalações no território da Síria.
Dados de monitoramento da aviação militar, publicados pelo Mil Radar em sua conta do Twitter, mostram que no último sábado (7), aeronaves militares norte-americanas realizaram missões de reconhecimento no leste do Mediterrâneo, na costa da Síria, onde estão localizadas a base aérea russa em Hmeymim, e a base naval russa em Tartus.
Trata-se de seis aviões de patrulha antissubmarino P-8A Poseidon da Força Aérea dos EUA e da aeronave de reconhecimento eletrônico EP-3E ARIES II, que decolou da base na ilha grega de Creta.
Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, ainda não tomou uma decisão final sobre a resposta ao suposto ataque químico na Síria.
"Continuamos analisando os dados da inteligência e interagindo com nossos parceiros", disse Sanders.
Por sua vez, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, também comentou que ainda não foi definido o ataque contra a Síria.
Anteriormente, Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, advertiu que o sistema de defesa antiaérea russa abateria mísseis norte-americanos e seus portadores, se houver uma ameaça à vida dos militares russos na Síria.
O especialista em ciências políticas, Boris Dolgov, falou ao serviço russo da Rádio Sputnik que a mídia ocidental já publicou uma série de cenários alternativos de ataque à Síria.
Ele observou que a reação da Rússia dependerá da opção que será eventualmente adotada pelos EUA.
"As medidas de retaliação podem ser diferentes. Podem ser as ações da Força de Defesa Aérea da Síria e da Força Aérea Russa para destruir mísseis de cruzeiro lançados contra os alvos sírios — porque, provavelmente, os norte-americanos usarão mísseis de cruzeiro. Esses mísseis podem ser lançados de várias instalações localizadas no mar e no ar. E neste caso, seria lógico supor que, no caso de um ataque, as aeronaves de combate norte-americanas não estarão no espaço aéreo sírio, mas em espaço neutro ou no espaço aéreo de um dos países vizinhos. Em qualquer caso, os mísseis serão destruídos. Além disso, podem ser destruídos também os portadores, aeronaves e navios. O comando russo advertiu que, sob certas condições, isso será feito. Sem dúvida, os norte-americanos levarão isso em consideração e acredito que não chegará até esse ponto", conclui analista.
O aumento de tensão em torno da Síria ocorreu no âmbito de relatórios sobre o uso de armas químicas na cidade de Douma, mas o Centro Russo para a Reconciliação na Síria negou todas as informações sobre o uso de tais armas no leste de Ghouta Oriental. Os especialistas da organização visitaram o local do suposto ataque e não encontraram nenhum vestígio tóxico.