"Acho que esses ataques são um exemplo típico que mostra que estamos a enganar-nos a nós próprios acreditando que nossas tecnologias complexas nos dão uma capacidade revolucionária de ver e entender nosso inimigo, identificar suas atividades importantes e vitais", disse ele em uma entrevista à Sputnik.
Segundo Spinney, a posse de armas de alta precisão cria um tipo especial de visão do mundo tanto na esfera militar como na política, visão que influi nos políticos (tais como o assessor de segurança nacional do presidente dos EUA, John Bolton) que não sabem nada sobre os limites das capacidades dessas tecnologias.
"Os politiqueiros pensam que podem estar em Washington e controlar a cada instante um conflito em outra parte do planeta. Essa concepção do mundo leva a diferentes ideias imprudentes de controle dos acontecimentos e lançamento de sinais, a erros e à escalada", explicou ele.
Na madrugada de 14 de abril, os EUA, Reino Unido e França, efetuaram um ataque de mísseis contra infraestruturas militares e civis sírias. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, foram lançados 103 mísseis de cruzeiro, cuja maior parte foi interceptada pelos sistemas antiaéreos sírios. O pretexto para o ataque foi o incidente em 7 de abril, na cidade síria de Douma, onde alegadamente teriam sido usadas armas químicas.