"Não podemos ficar indiferentes aos mais de 60 mil homicídios por ano; à banalização da corrupção; à impunidade; à insegurança ligada ao crescimento do crime organizado; e à ideologização dos problemas nacionais", diz a mensagem de Villas Bôas.
A opinião do militar foi publicada na chamada Ordem do Dia, em mensagem que tratava dos 370 anos da Batalha dos Guararapes, berço histórico do Exército brasileiro.
"São essas as reais ameaças à nossa democracia e contra as quais precisamos nos unir efetivamente, para que não retardem o desenvolvimento e prejudiquem a estabilidade. O momento requer equilíbrio, conciliação, respeito, ponderação e muito trabalho", continuou.
O general chamou a atenção para a responsabilidade para o processo eleitoral deste ano, que "será esse o caminho para agregar valores, engrandecer a cidadania e comprometer os governantes com as aspirações legítimas de seu povo".
"Nas eleições que se aproximam, caberá à população definir, de forma livre, legítima, transparente e incontestável, a vontade nacional. Definido o resultado da disputa, unamo-nos como nação", completou Villas Bôas.
A mesma mensagem foi lida por um oficial militar durante um evento nesta quinta-feira em Brasília, no qual o comandante do Exército estava ao lado do presidente Michel Temer (MDB), contra o qual pesam duas denúncias paralisadas e uma possível terceira no forno (caso dos portos) por ações de corrupção.
Há duas semanas, o general virou notícia ao postar no Twitter, às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de um habeas corpus interposto pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o Exército não aceita impunidade e que estava atento às suas responsabilidades constitucionais, o que foi visto como uma "ameaça velada" à Corte.
Da sua parte no mesmo evento, Temer também exaltou as Forças Armadas, assim como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que também esteve presente, que afirmou ter recebido "com muita satisfação" as palavras de Villas Bôas.