Em nota enviada aos organizadores do Prêmio Genesis, também conhecido como "Nobel Judeu", dedicado a personalidades judias de grande destaque em sua área, representantes da artista disseram que eventos recentes em Israel provocaram grande angústia em Portman, de maneira que "ela não se sente confortável em participar de qualquer evento público" no país no momento, e, por isso, não poderia comparecer à cerimônia. Embora não tenham sido fornecidos detalhes sobre os motivos da decisão, políticos e órgãos de mídia concluíram rapidamente que a recusa da atriz, crítica ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estaria ligada aos confrontos entre soldados israelenses e militantes palestinos que provocaram 16 mortes na Faixa de Gaza no final do mês passado.
— The Genesis Prize (@TheGenesisPrize) 19 de abril de 2018
"Como resultado da decisão da Sra. Portman, a Fundação (Genesis) não teve escolha a não ser cancelar a Cerimônia do Prêmio Genesis, originalmente agendada para 28 de junho de 2018", informou a organização através de um comunicado.
Indignado com a atitude da artista, Oren Hazan, parlamentar do mesmo partido do premiê, o Likud, disse que a atriz deveria perder a sua cidadania israelense:
לפורטמן אין בעיה להשתמש במוצא הישראלי שלה לקידום יח"צני לצד גאווה פומבית על שהצליחה להתחמק משירות בצה"ל.
— אורן חזן (@oren_haz) 20 de abril de 2018
ויש עוד אנשים מכובדים שחשבו שהיא ראויה לקבל בישראל את פרס "הנובל היהודי"...
אבל הסרט נגמר: השר דרעי צריך לשלול את אזרחותה הישראלית המהווה קרדום לחפור בו עבור שונאי ישראל.
"Portman não tem problemas em explorar suas raízes judias para promover sua carreira ou em expressar seu orgulho por fugir do serviço [militar]. E há pessoas respeitadas que acham que ela merece a honraria, chamada de 'Prêmio Nobel Judaico'. Mas o título é 'O Fim': o ministro [Aryeh] Deri [Interior]deveria tirar sua cidadania israelense", declarou o político em seu Twitter, pedindo também um boicote aos filmes da artista.
Natalie Portman, nascida com o nome de Neta-Lee Hershlag de pai israelense e mãe norte-americana possui dupla cidadania. Embora viva nos Estados Unidos desde os três anos, ela disse em entrevista à mídia americana, em 2014, que o seu coração estava em Jerusalém, cidade onde se sentia em casa.