Falando ao Sputnik, o médico Mirwan Jaber, que trabalha em um hospital de Douma, descreveu um vídeo mostrando vítimas de um suposto ataque químico em Ghouta Oriental como "imagens fabricadas".
"Muitas pessoas invadiram o hospital. Entre elas estavam aquelas vestidas de médicos, mas não eram nossos funcionários, e eu não acho que eles fossem médicos. Eles começaram a gritar sobre um ataque químico e encharcaram pessoas com água e tudo isso. Como resultado, os boatos foram espalhados entre os residentes de Douma, algo que por sua vez provocou pânico", disse Jaber.
De acordo com Jaber, sintomas que indicam que uma pessoa é afetada por um agente de guerra químico incluem queimaduras ou feridas na pele e olhos, bem como tosse, dor no peito, tontura, náusea, sonolência, micção involuntária e defecação, acne na pele, erupções cutâneas e pupilas severamente estreitadas.
"Os participantes do vídeo encenado não apresentaram esses sintomas", sublinhou o médico.
"Todos aqueles que foram atingidos por armas químicas podem ser hospitalizados muito tempo depois de um ataque químico; um forte cheiro de frutas, flores ou alho emerge no ar. Como você pode ver, tudo isso não é o caso de Douma", enfatizou Jaber.
Na semana passada, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que Hasan Diab, o menino sírio que contou ao canal de TV russo Rossiya 24 sobre os detalhes do vídeo falso do ataque com armas químicas em Douma, deveria falar no Conselho de Segurança da ONU.
O governo sírio e o Ministério da Defesa da Rússia rejeitaram as acusações.