De acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, a fase de depoimentos e definição de benefícios que serão concedidos ao ex-ministro já foram concluídas. Entretanto, a Justiça ainda deverá decidir se homologa ou não o acordo.
Ao longo do ano passado, a defesa de Palocci tentou negociar uma delação premiada com a Força-Tarefa da Lava Jato, mas não obteve sucesso – o ex-ministro chegou a se oferecer para prestar novos depoimentos.
Desta vez, ainda segundo O Globo, as informações fornecidas por Palocci poderiam permitir novas operações, inquéritos e até prisões. Ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff (PT), Palocci teria sido elo importante entre os dois governos e o empresariado, e nem vezes por caminhos lícitos.
Preso em setembro de 2016, Palocci foi condenado a 12 anos, 2 meses e 20 dias de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A expectativa da defesa é conseguir, entre os benefícios, que o ex-ministro possa ser libertado em breve.
O potencial da delação de Palocci, se aceita pela Justiça, pode impactar diretamente a situação de Lula, que segue preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Em setembro do ano passado, o ex-ministro descreveu supostos crimes do ex-presidente e falou em um "pacto de sangue" de Lula com Emílio Odebrecht.
"Foi nesse momento que o doutor Emílio Odebrecht fez uma espécie de pacto de sangue com o presidente Lula. Ele procurou Lula nos últimos dias de seu mandato e levou um pacote de propinas para o presidente Lula esse terreno do instituto, que já estava comprado e seu Emílio apresentou ao presidente Lula, o sítio para uso da família, que estava fazendo a reforma em fase final e disse ao presidente que estava pronto e disse que tinha a disposição para o presidente fazer sua atividade política dele, R$ 300 milhões", disse Palocci à época.
A delação de Palocci também poderia impactar Dilma e outros petistas. Mas não é só. Diante do seu papel de “elo” do governo com o empresariado e o mercado financeiro, o ex-ministro teria ainda informações que podem comprometer bancos e outras grandes empresas.