De acordo com um correspondente da Sputnik Brasil no local, o ato, que teve início nesta tarde, conta com a participação de grupos como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Federação Única dos Petroleiros (FUP), União da Juventude Rebelião (UJR), União da Juventude Socialista (UJS), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, Sindipetro-RJ, Via Campesina e Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), entre outros.
Na última semana, a direção da Petrobras anunciou a venda de 60% das refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar-Paraná), Abreu e Lima (RNEST-Pernambuco), Landulpho Alves (RLAM-Bahia) e Alberto Pasqualini (Refap-Rio Grande do Sul), gerando forte indignação em diversos setores da sociedade, que temem os possíveis impactos negativos dessa decisão, como possível aumento dos preços dos combustíveis e perda da capacidade de defesa dos interesses nacionais.
Nesta quinta-feira, a Petrobras realiza uma Assembleia Geral Ordinária para eleger o seu novo conselho de administração. Em entrevista à Sputnik Brasil, José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), criticou duramente algumas novidades apresentadas nessa reunião:
"O governo, que é o acionista majoritário, está apresentando duas novidades. Primeiro, é a mudança que aumenta o número de componentes, de dez para 11. Até aí, sem problemas. Segundo, é que ele está indicando para o conselho de administração, que é a instância maior da companhia, onde as decisões estratégicas são tomadas, deliberadas, dois representantes oriundos da Shell e um representante da Maersk, que é uma empresa prestadora de serviços da Petrobras. Para nós, isso é motivo de denúncia para a sociedade, porque não tem como a gente assistir a um processo desse e achar que está normal", afirmou.
Para Tezeu Bezerra, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, os chamados parceiros estratégicos que devem entrar para o conselho de administração da estatal não passam de "agentes internacionais", representantes de empresas concorrentes da Petrobras.
"São pessoas que, com certeza, vêm só para cumprir essa página que está sendo colocada de entregar e fatiar mais ainda, enfraquecer mais ainda a Petrobras", disse ele à Sputnik Brasil, destacando a "ilegitimidade" do atual governo federal, supostamente subserviente ao mercado financeiro.
O ato desta quinta-feira faz parte também da onda de manifestações convocadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância a mais de 12 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ligados ao caso do triplex de Guarujá (SP).