O projeto dos republicanos James Lankford e Thom Tillis e da democrata Jeanne Shaheen chega em um momento de deterioração das relações entre os Estados Unidos e Turquia.
"As decisões estratégicas da Turquia estão cada vez mais fora de sintonia com os interesses dos Estados Unidos. Esses fatores tornam cada vez mais arriscada a transferência de tecnologia sensitiva do F-35", disse o senador Lankford.
A embaixada da Turquia em Washington não respondeu a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters.
Erdogan declarou estado de emergência na Turquia após uma tentativa de golpe em julho de 2016. Desde então, ele deteve dezenas de milhares de pessoas, reprimiu dissidentes e realizou expurgos nas forças armadas e na burocracia. O mandatário turco afirma que os seguidores do clérigo Fethullah Gulen, que mora nos EUA, são responsáveis pela tentativa de golpe.
Erdogan tem sido um importante aliado dos EUA na luta contra o Daesh, mas enviou tropas para a região de Afrin, dominada por curdos, no noroeste da Síria, e ameaçou derrubar os planos norte-americanos de uma força de segurança local no norte da Síria.
Os congressistas dos EUA também criticaram a detenção do pregador evangélico Andrew Brunson — preso pela onda repressora de Erdogan.
"A escolha do presidente Erdogan de fazer reféns e prender americanos inocentes, para tentar ganhar influência sobre os Estados Unidos, é notória e ilegal", disse a senadora Shaheen em comunicado.
O projeto dos congressistas dos EUA planeja restringir o repasse do F-35 para a Turquia e limitar a transferência de tecnologia e dados técnicos necessários para fazer a manutenção das aeronaves.
O projeto também prevê que as restrições poderão ser suspensas caso o presidente dos EUA determine que a Turquia não está sabotando a OTAN e detendo injustamente cidadãos dos EUA.