Durante a celebração do 70º aniversário da criação do Estado de Israel, que teve lugar na última quinta-feira no Banco Central do Paraguai, Cartes disse que a mudança da embaixada responde a um "compromisso político" e um desejo pessoal.
O presidente paraguaio também destacou o bom tratamento que, segundo ele, tinha dado a Israel e Paraguai, em particular a Netanyahu, e salientou que só espera "um sinal" do governo israelense para ordenar a transferência.
Cartes não mencionou uma data específica, mas insistiu em sua intenção de fazer a mudança antes do final de seu mandato. Este movimento é o prelúdio do reconhecimento oficial de Jerusalém como capital do Estado de Israel por Assunção.
Uma medida controversa
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em dezembro sua polêmica decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e iniciar o processo de transferência da embaixada dos EUA para aquela cidade.
O anúncio da Casa Branca significava o cumprimento de uma promessa de campanha de Trump, interrompendo o trabalho diplomático e décadas de política externa dos EUA na disputada cidade. Desde então, outros países, como Guatemala, Romênia, Honduras e República Tcheca anunciaram medidas semelhantes.
As consequências foram quase imediatos: o movimento palestino Hamas chegou a chamar uma Terceira Intifada, ou levante popular, enquanto Hasan Nasrallah, líder do grupo político e militar Hezbollah, que opera a partir do Líbano, onde milhares de refugiados palestinos vivem, juntou ao pedido em um ato multitudinário nas ruas de Beirute.
Houve também dezenas de manifestações em vários países ao redor do mundo repudiando a posição de Trump e expressões de rejeição de outros líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, que descreveu a decisão dos EUA como "nula e inválida". Por outro lado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, classificou o passo dado por Washington de "presente ao movimento sionista".
Em Jerusalém Ocidental está o governo de Israel, mas os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino. Por essa razão, todos os presidentes dos EUA e outros países, localizaram suas embaixadas desde a fundação de Israel em 1948 em Tel Aviv.