Devido à pirataria e a constantes tensões geopolíticas na região, a zona não foi analisada desde então e por tanto foi difícil prever os efeitos da mudança climática e a mão do homem nas últimas décadas.
A equipe de investigação, dirigida por Bastien Queste da Universidade de East Anglia (Norfolk, Reino Unido), mergulhou dois veículos autônomos — planadores subaquáticos — no golfo de Omã durante oito meses para obter imagem dos níveis de oxigênio e os mecanismos oceânicos que transportam este elemento de uma área a outra. Os dispositivos alcançaram a profundidade de até 1.000 metros e cobriram uma área que abrange milhares de quilômetros.
Dados recebidos mostram que onde se esperava encontrar oxigênio, agora os níveis são quase nulos. Trata-se de uma área de cerca de 165.000 km² o que é aproximadamente o dobro do território da Escócia, ou um pouco menos do tamanho do estado brasileiro do Paraná. Entretanto, há suspeitas de que seja maior e esteja crescendo, acarretando "consequências nocivas" para quem depende de oceanos como fonte de emprego e alimentação.
"É um desastre que está a ponto de ocorrer devido às mudanças climáticas. As águas quentes contêm menos oxigênio e mais substâncias fertilizantes e águas resíduas provenientes da terra chegam aos mares", afirma Queste.
O próximo passo dos especialistas é realizar uma imersão mais profunda para determinar melhor as causas do crescimento das zonas "mortas".