"Casa Branca: uma instituição estúpida com mísseis inteligentes", escreveu Muntadhar al-Zaidi recentemente em sua página no Facebook.
Em entrevista concedida ao jornal Albawabh News, em 22 de abril, o ex-jornalista contou que, após ter sido libertado da prisão, fundou uma organização de assistência às vítimas da ocupação norte-americana no Iraque. Ele também defende a prisão de Bush e do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Desde a sída da prisão, ele começou a participar cada vez mais do cenário político local, das manifestações e rodas de discussão.
O Iraque está se livrando de terroristas, observou ele — agora, deve se livrar da corrupção.
O jornalista e agora político ficou muito famoso após o "incidente com arremesso de sapatos" em 2008.
Na época, Bush disse à imprensa iraquiana: "Isso não me incomodou. Se você quer os fatos, era um sapato tamanho 10 que ele atirou… não me senti nem um pouco ameaçado por isso".
Falando à mídia norte-americana uma semana depois do incidente, o presidente explicou que Zaidi estava "procurando notoriedade", mas que as autoridades iraquianas não deveriam "exagerar". Zaidi acabou sendo condenado a um ano de prisão por agredir um chefe de Estado estrangeiro.
No entanto, para alguns iraquianos, Zaidi virou um herói. Uma grande estátua do seu sapato, feito em fibra de vidro e cobre, foi construída em um orfanato na cidade de Tikrit, no norte do país, em 2009.
Os reflexos felinos de Bush, de todo modo, impediram qualquer dano físico. "Eu não tive muito tempo para refletir sobre qualquer coisa. Eu estava me esquivando", lembrou Bush durante uma entrevista, já nos EUA.