Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou introduzir tarifas no valor de US$ 150 bilhões sobre as importações chinesas. A China anunciou medidas de retaliação. Em 3 e 4 de maio, representantes dos dois países estão travando negociações sobre comércio — as primeiras desde o início do conflito, motivado pela aplicação de tarifas sobre o aço e alumínio chineses.
"Em geral, somos contra as guerras comerciais e a política de sanções, mas claro que não perderemos as possibilidades que estão surgindo", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, respondendo à pergunta se o conflito econômico entre Washington e Pequim poderá beneficiar Moscou.
"Agora, estão se formando condições para que a cooperação especializada atinja um nível ainda mais alto", ressaltou.
Ao mesmo tempo, o diplomata frisou que Moscou e Pequim não estão criando nem pretendem criar uma união, já que tal estratégia não corresponde à forma como ambos os países encaram a interação bilateral.
"A China segue rigorosamente a linha de não adesão a quaisquer blocos. Mesmo assim, é verdade, em muitas ocasiões temos posições semelhantes, sendo aliados em questões globais e regionais", comentou.
Nos últimos anos, a China tem promovido ativamente a sua iniciativa "Um Cinturão, uma Rota", mas, segundo Morgulov, Moscou encontrou uma maneira de não competir com o projeto mas sim orientá-lo para uma ligação com o seu próprio projeto de construção da União Econômica Eurasiática.