De costume, a parada de 9 de maio é um evento que quase todo o cidadão russo assiste em casa pela televisão, normalmente entre os seus familiares, pois quase cada família russa tem algum parente de alguma maneira envolvido na guerra mais sangrenta da história deste povo.
Contudo, o grande evento é sempre precedido de inúmeros ensaios, sendo alguns deles realizados nas ruas de Moscou, dando aos residentes da capital uma oportunidade única de ver esse emocionante evento patriótico com seus próprios olhos.
Já o ensaio geral, que coincide minuto por minuto com a parada de 9 de maio e se realiza poucos dias antes, reúne grande número de jornalistas e também sortudos a quem foi dado um convite especial — principalmente parentes dos veteranos e os próprios veteranos, bem como pessoas relacionadas com a esfera militar. Entretanto, os moradores conseguem mesmo assim sentir que também participam: eles se reúnem na outra margem do rio Moscou para saudar os batalhões e equipamentos a saírem da praça.
A Sputnik Brasil também fez questão de ver por dentro como será a próxima parada e conseguiu captar uns dos momentos mais impactantes.
A parada é sempre dividida em três etapas (ou, melhor dizendo, em quatro, se separarmos as primeiras duas): a apresentação da orquestra militar com célebres canções de guerra, o desfile de todos os destacamentos presentes, a passagem de equipamentos militares e o show de aviação.
Hoje, devido às condições climáticas, à baixa visibilidade, os comandantes do ensaio decidiram cancelar a última parte do evento. Este é um problema que ocorre frequentemente nestes dias de maio por causa das peculiaridades do tempo neste mês. Porém, se espera que no próprio Dia da Vitória tudo dê certo, tanto mais que existe a chamada prática de "dispersar as nuvens" na capital nesse dia quando é necessário, para o mau tempo não perturbar nem o desfile nem a festa sempre amplamente celebrada pelos moradores.
Tradicionalmente, cada ano o desfile costuma servir de "estreia" para as novidades da indústria militar do país. Neste ano, são os veículos de combate de apoio aos tanques Terminator, os equipamentos de desminagem robóticos Uran-6 e os sistemas de combate multifuncionais Uran-9, para além dos veículos aéreos não tripulados Korsar e Katran.
Vale ressaltar que, segundo comunicaram os representantes do Ministério da Defesa aos jornalistas, a maior parte destes equipamentos já foi testada em combate real — isto é, na luta antiterrorista na Síria. Assim, suas declaradas capacidades de combate não são apenas palavras, pois sua prova já reside nos êxitos esmagadores do exército sírio junto com os militares russos.
Assim, o Uran-9, por exemplo, foi utilizado na desminagem da antiga cidade de Palmira, assim como de Aleppo e Deir ez-Zor.
Além dos "recém-chegados", a parada também contou com a participação de armamentos de produção nacional já conhecidos, tais como o lançador múltiplo de foguetes Smerch, os complexos de mísseis Iskander-M, Yars e Pantsir-S, os sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumph, os tanques Armata, T-34-85 e T-72B3, os obuseiros autopropulsados Msta-S e Koalitsia, entre muitos, muitos outros.
Agora, quando você já experimentou este "aperitivo", não perca a oportunidade de acompanhar em detalhe a 73ª Parada da Vitória em 9 de maio, às 4h da madrugada (hora de Brasília) em nossa transmissão ao vivo no site!