Paris subestima as mulheres francesas que se juntaram às fileiras do grupo terrorista Daesh na Síria, considerando-as meras donas de casa, segundo um relatório do Departamento de Justiça francês obtido pelo Le Monde.
De acordo com o jornal, as descobertas do departamento são baseadas em audiências judiciais de mulheres francesas que voltaram para casa depois de se juntarem ao Daesh.
"Embora várias mulheres francesas tenham sido forçadas a se juntar ao Daesh por seus maridos, a maioria das recrutas entrevistadas em seu retorno à França expressou um apego ao projeto jihadista", afirmou o documento.
Além disso, apesar da ideologia jihadista proibir as mulheres de combater, algumas das entrevistadas afirmaram que podiam fazer parte da chamada "polícia" do Daesh.
"Podemos ter sido um pouco ingênuos no início, pensando que as mulheres estavam seguindo seus maridos e se limitando às tarefas domésticas na Síria", afirmou o promotor François Molins ao jornal The Local.
Os terroristas do Daesh já realizaram vários ataques terroristas na França, alegando serem atos de retaliação pelas ações militares de Paris contra o grupo.
O ataque mais mortal ocorreu em novembro de 2015, quando atiradores e homens-bomba realizaram uma série coordenada de ataques na capital francesa, deixando um total de 130 mortos e 368 feridos.