O especialista assinalou que as mulheres do Daesh passam por treinamento em campos especializados, por exemplo, no iraquiano Al-Hansa. Depois do treinamento, elas patrulhavam as ruas em Raqqa e monitoravam outras mulheres para cumprimento das normas da xaria. Nos mesmos campos, as mulheres aprendiam a realizar operações terroristas. Maher Fargali frisou que a mudança de função das mulheres não está relacionada à admissão de um grande número de mulheres da Europa à organização, pois a troca de obrigações foi realizada mais anteriormente.
Ele sublinhou que hoje em dia os serviços de segurança devem monitorar mais atenciosamente as mulheres que estão mais ativamente realizando funções terroristas dentro das organizações criminosas. "Elas devem ser tratadas psicologicamente para que seja 'tirado o lixo de suas cabeças' após os campos do Daesh", acredita Fargali.
A correspondente da Sputnik Árabe no Iraque, Nazek Muhammed, assinalou que no país, a transformação do papel da mulher no Daesh é perceptível.
"Inicialmente, mulheres eram utilizadas como instrumento para atrair jovens às organizações terroristas. As estrangeiras eram consideradas as mais atrativas. Eram esposas e donas de casa tradicionais. Contudo, as grandes perdas de terroristas homens fizeram com que seus líderes revessem o papel das mulheres e começassem posteriormente a prepará-las para substituir os terroristas mortos. Elas estão combatendo em pé de igualdade com os homens."
"Nas províncias de Anbar, Mossul e Salah-ad-Din terroristas não conseguem recrutar mulheres. Somente prostitutas, ameaçadas de pena de morte pelos terroristas, concordaram em aderir [ao Daesh]."
De acordo com os dados da revista online russa Nova Abordagem Oriental, das 40 mil contas nas redes sociais que apoiam as ações do Daesh, 16 mil pertencem a mulheres. Elas agem como divulgadoras principais da propaganda do Daesh e procuram novos participantes.
Por enquanto, na luta contra o Daesh na Internet são utilizados somente sites e comunidades fechados nas redes sociais. Segundo Maher Fargali, para uma luta mais eficaz contra o terrorismo na Internet é necessário juntar esforços de vários países.
"No momento, 70 livros que explicam bases e princípios da atividade extremista estão à disponibilidade de todos, o que ajuda a recrutar novas pessoas. Enquanto isso, na Internet não há nenhum livro que explique como os terroristas mentem ao citar o Alcorão e Suna."