UE falha ao tomar decisão independente dos EUA, diz chefe da Guarda Revolucionária do Irã

© AP Photo / Vahid SalemiMembros do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica iraniano (foto de arquivo)
Membros do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica iraniano (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O chefe do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica afirma que a retirada de Washington do programa nuclear iraniano foi somente um pretexto para conter o programa de mísseis e influência regional de Teerã.

O major-general Mohammad Ali Jafari, comandante do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, acusou os europeus de ficarem do lado dos EUA e questionou a capacidade europeia de salvar o acordo nuclear do Irã, também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

"É claro que os europeus não podem tomar uma decisão independente entre o Irã e os Estados Unidos e estão amarrados aos Estados Unidos. O destino do acordo iraniano está claro", disse Jafari, citado pela agência de notícias Farsnews.

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Ele também sugeriu que Washington abandonou o JCPOA, indicando a questão do enriquecimento de urânio do Irã como nada mais nada menos do que desculpa para conter programa de mísseis e influência regional de Teerã.

Ao anunciar sua decisão de retirar-se do acordo nuclear iraniano, Trump chamou a resolução de "um acordo horrível e unilateral que nunca deveria ter sido feito", e sugeriu que é "defeituoso em sua essência".

O Departamento do Tesouro dos EUA afirmou, em comunicado logo após o anúncio de Trump, que as sanções dos EUA contra o Irã entrariam em vigor a partir de novembro.

"Mais uma vez isso está completamente claro e tem sido provado que os americanos são intimidantes. Os americanos não são confiáveis em nenhum tipo de negociação ou acordo", observou Jafari, acrescentando que o Irã tem muita experiência no desenvolvimento do país sujeito a sanções.

Seguindo o anúncio do presidente americano, todos os outros membros do grupo P5+1, incluindo França, Alemanha e Grã-Bretanha, expressaram preocupações sobre a decisão. De acordo com um comunicado conjunto emitido por Paris, Londres e Berlim, "o regime de não proliferação nuclear está em jogo".

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O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, declarou que "este acordo [do JCPOA] não está morto" e que o presidente Emmanuel Macron falará em breve com seu colega iraniano, Hassan Rouhani.

Ele foi alertado sobre um "risco real de confronto" após a decisão de Washington, mas manifestou esperanças de que a medida dos EUA não seria "um obstáculo para a paz".

Outro assinante do acordo nuclear iraniano, a Rússia, também criticou a medida de Trump, dizendo que "pode ou não haver bases para o JCPOA", que "plenamente provou sua eficiência". Anteriormente, a Rússia havia sinalizado sua disposição de permanecer no acordo, desde que outros participantes o fizessem.

O JCPOA foi assinado pela UE, Irã e o grupo P5+1, incluindo Rússia, China, França, Reino Unido, EUA e Alemanha, em 14 de julho de 2015. O acordo estipula que Teerã não obtenha arma nuclear em troca do cancelamento das sanções contra a República Islâmica.

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