O major-general Mohammad Ali Jafari, comandante do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, acusou os europeus de ficarem do lado dos EUA e questionou a capacidade europeia de salvar o acordo nuclear do Irã, também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"É claro que os europeus não podem tomar uma decisão independente entre o Irã e os Estados Unidos e estão amarrados aos Estados Unidos. O destino do acordo iraniano está claro", disse Jafari, citado pela agência de notícias Farsnews.
Ao anunciar sua decisão de retirar-se do acordo nuclear iraniano, Trump chamou a resolução de "um acordo horrível e unilateral que nunca deveria ter sido feito", e sugeriu que é "defeituoso em sua essência".
O Departamento do Tesouro dos EUA afirmou, em comunicado logo após o anúncio de Trump, que as sanções dos EUA contra o Irã entrariam em vigor a partir de novembro.
"Mais uma vez isso está completamente claro e tem sido provado que os americanos são intimidantes. Os americanos não são confiáveis em nenhum tipo de negociação ou acordo", observou Jafari, acrescentando que o Irã tem muita experiência no desenvolvimento do país sujeito a sanções.
Seguindo o anúncio do presidente americano, todos os outros membros do grupo P5+1, incluindo França, Alemanha e Grã-Bretanha, expressaram preocupações sobre a decisão. De acordo com um comunicado conjunto emitido por Paris, Londres e Berlim, "o regime de não proliferação nuclear está em jogo".
Ele foi alertado sobre um "risco real de confronto" após a decisão de Washington, mas manifestou esperanças de que a medida dos EUA não seria "um obstáculo para a paz".
Outro assinante do acordo nuclear iraniano, a Rússia, também criticou a medida de Trump, dizendo que "pode ou não haver bases para o JCPOA", que "plenamente provou sua eficiência". Anteriormente, a Rússia havia sinalizado sua disposição de permanecer no acordo, desde que outros participantes o fizessem.
O JCPOA foi assinado pela UE, Irã e o grupo P5+1, incluindo Rússia, China, França, Reino Unido, EUA e Alemanha, em 14 de julho de 2015. O acordo estipula que Teerã não obtenha arma nuclear em troca do cancelamento das sanções contra a República Islâmica.