O diretor executivo do Instituto Ron Paul para a Paz e Prosperidade dos EUA, Daniel McAdams, disse que a questão imediata, após a saída de Trump, é se Israel e Arábia Saudita vão perceber a ação de Trump como um sinal positivo para uso de força militar contra o Irã ou lançar uma operação que envolverá os EUA em uma guerra.
"Os EUA fecharam todas as portas para comunicações com o Irã com tal medida", reforçou, notando que apesar de tudo, este passo mina as discussões planejadas com a Coreia do Norte.
"Os norte-coreanos seriam totalmente tolos em acreditar em qualquer palavra do acordo que pode ser negociado com Washington", frisou. "A administração de Trump reiterou várias vezes que o modelo para desnuclearização norte-coreana é a Líbia. O melhor passo de Kim [Jong-un] é continuar as negociações bilaterais com Seul e excluir os EUA do processo", opina.
Ele acrescentou que a União Europeia não conseguiu convencer Donald Trump das vantagens do acordo. O presidente estadunidense teria preferido aceitar as declarações duvidosas do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, sobre as conclusões daqueles que tinham que determinar se o Irã pretendia acabar com o acordo.
Apesar da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter confirmado que Teerã cumpre as cláusulas do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), Trump continua "perigosamente ignorante quanto ao Irã".
Em 8 de maio, Donald Trump anunciou que Washington deixa de ser parte do JCPOA e prometeu voltar a introduzir sanções econômicas mais rigorosas contra o Irã em resposta ao desenvolvimento do programa nuclear da República Islâmica.