O anúncio do presidente Donald Trump de que os EUA estavam se retirando do pacto histórico desencadeou uma onda de críticas da comunidade internacional.
Agora, a UE ameaçou levar os Estados Unidos à Organização Mundial do Comércio (OMC) se tomar quaisquer medidas que afetem negativamente os negócios europeus no país do Oriente Médio. Um porta-voz do governo francês disse que os parceiros da UE vão discutir as consequências econômicas da decisão dos EUA.
"A União Europeia está pronta para contestar na OMC qualquer medida unilateral que prejudique os interesses das empresas europeias e responda de maneira proporcional, de acordo com as regras dessa organização internacional", disse Benjamin Griveaux.
O acordo suspendeu as sanções ao Irã em troca de Teerã limitar seu programa nuclear. A retirada de Trump do acordo significa que os EUA vão reimpor as sanções econômicas suspensas em 2016 e provavelmente impor novas sanções.
O recém-nomeado embaixador dos EUA em Berlim alertou que as empresas alemãs deveriam suspender imediatamente suas atividades no Irã.
As potências europeias se esforçaram para salvar o acordo na quarta-feira, insistindo que não está morto apesar da retirada de Washington. Os comentários de Griveaux foram repetidos pelo ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.
"O alcance internacional das sanções dos EUA faz dos EUA o policial econômico do planeta, e isso não é aceitável", afirmou Le Maire à rádio France Culture.
O Reino Unido também disse que faria o máximo para proteger os interesses comerciais britânicos no Irã, enquanto a Alemanha disse que estava buscando detalhes sobre o efeito das sanções norte-americanas.
O Irã sempre afirmou que assinou o acordo em 2015 porque acreditava que o relaxamento das sanções levaria ao aumento do investimento. O valor do comércio entre a UE e o Irã cresceu rapidamente desde que o acordo foi assinado. No ano seguinte à assinatura do acordo, o comércio cresceu mais de US$ 7 bilhões, para US$ 16,4 bilhões, e no ano passado, US$ 25 bilhões.