Essas pessoas emigraram para a América a partir da Sibéria (atual região da Rússia) há 15.000 anos, explicou Nelson Fagundes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um dos pesquisadores do estudo, publicado na revista Genetics and Molecular Biology.
"As populações grandes têm uma seleção muito eficiente, enquanto em populações pequenas, genes levemente nocivos podem se espalhar, o que pode aumentar a susceptibilidade genética a algumas doenças", explicou Fagundes ao portal Live Science.
Para revelar o tamanho do grupo fundador da população do continente, Fagundes e seus colegas estudaram amostras de DNA de 10 indivíduos americanos nativos da América Central e do Sul, 10 pessoas de diferentes grupos siberianos e 10 pessoas da China.
Os cientistas sabem que a variação genética dentro de uma amostra está diretamente relacionada com o tamanho da população. Isso, junto com o fato de que a divergência genética entre duas populações (como os nativos americanos e os siberianos) aumenta com o tempo, permitiu aos pesquisadores conectar os dados do DNA em modelos de simulações computacionais e determinar o tamanho original do grupo fundador, explicou o líder do estudo.
Entretanto, passou tanto tempo desde que o grupo original chegou à América que os nativos americanos como um todo tiveram tempo de recuperar sua diversidade através de novas mutações genéticas. Mais do que isso, alguns nativos da América do Norte formaram uniões com pessoas de migrações posteriores, o que também contribuiu para a diversidade genética, conclui o estudo.