As armas atômicas da Coreia do Norte devem ser desmanteladas e enviadas ao Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tennessee, se Kim quiser ver um relaxamento das sanções, disse John Bolton durante uma entrevista no programa This Week, da rede ABC, no último domingo.
"Eu acho que a implementação desta decisão significa se livrar de todas as armas nucleares, desmantelando-as, levando-as para Oak Ridge", afirmou Bolton. "Significa se livrar do enriquecimento de urânio e das capacidades de processamento de plutônio. Significa abordar a questão do míssil balístico. Muitas coisas assim".
A mídia estatal coreana disse que o país vai desmantelar abertamente seu local de testes nucleares entre 23 e 25 de maio, com jornalistas de Pyongyang e dos EUA convidados a cobrir o evento.
Bolton não especificou se espera que as armas nucleares acabem sendo armazenadas no Laboratório Nacional de Oak Ridge — onde o Departamento de Energia dos EUA opera um laboratório de pesquisa e um complexo de armas nucleares — ou o Complexo de Segurança Nacional Y-12 nas proximidades, normalmente encarregado de produção de armas nucleares.
A instalação do Y-12 é onde os equipamentos e documentos do programa nuclear da Líbia foram armazenados, depois que o coronel Muammar Khaddafi tomou a decisão de abandonar o seu programa nuclear, em 2003. Ele foi derrubado do poder e morto em 2011 por rebeldes apoiados pela OTAN.
Faltando menos de um mês para as tão esperadas negociações entre Trump e o líder norte-coreano em Singapura, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, sugeriu também no domingo que Washington terá que garantir à Coreia do Norte que não buscará uma mudança no governo.
Pompeo disse ao programa Fox News Sunday que qualquer acordo que abrir caminho para uma península coreana livre de armas nucleares terá que incluir certas salvaguardas dos EUA, assegurando a Kim que ele não se tornará alvo de Washington.
"Teremos que fornecer garantias de segurança, com certeza. Essa foi a troca que está pendente há 25 anos", disse Pompeo, sem especificar nenhum instrumento para garantir que tais garantias seriam rígidas.
Na semana passada, Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015 apoiado pela ONU com o Irã, também assinado pela China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha. O JCPOA forneceu ao Irã ajuda às sanções impostas pela ONU em troca de restringir seu programa de enriquecimento de urânio e conceder acesso a inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Apesar da certificação da AIEA de que o Irã estava cumprindo integralmente os termos do acordo, a administração Trump retirou-se unilateralmente do que ele chamou de "pior negócio de todos os tempos".
Desde então, os EUA impuseram uma série de sanções a Teerã e ameaçaram seus aliados europeus, bem como quaisquer outros países que tentassem continuar fazendo negócios com o Irã. Enquanto Paris, Londres, Berlim, Moscou e Pequim levantam questões sobre a credibilidade dos EUA em qualquer acordo internacional, nem Seul nem Pyongyang parecem muito preocupados, já que as duas Coreias buscam laços mais próximos, independentemente dos EUA.