Em número, 50 dos 55 ocupantes de cadeiras na Câmara dos Deputados (91%) que foram citados em delações premiadas ou apareceram ao longo da coleta de provas da Polícia Federal na esfera da Lava Jato pretendem se candidatar em 2018, sendo a maioria deles (42) querendo mais 4 anos no Legislativo federal.
De acordo com o levantamento, feito pelo jornal O Estado de S. Paulo e publicado nesta terça-feira, outros 4 deputados federais pretendem tentar uma vaga no Senado, enquanto 2 buscarão governos estaduais, 1 será candidato a deputado estadual, e outro tentará a Presidência da República.
Dos cinco investigados pela Lava Jato restantes na lista, 2 afirmaram que não serão candidatos – e perderão assim o foro privilegiado – e outros 3 não responderam ao jornal.
Se cada um desses parlamentares forem bem-sucedidos nas eleições de outubro, eles garantem a manutenção do foro privilegiado, o que significa poder ser julgados apenas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em casos de crimes praticados no mandato e em função do exercício do cargo.
Já crimes comuns ou sem ligação aos mandatos vigentes seguirão para instâncias inferiores. Quase 70 casos envolvendo políticos com foro já deixaram o Supremo desde a mudança de entendimento da Corte, no início deste mês.
Ainda segundo o mesmo levantamento, o PP e o PT lideram a lista de deputados envolvidos na Lava Jato e que tentarão um novo mandato – 12 parlamentares de cada sigla. Já seis tucanos e outros quatro do DEM vêm a seguir na relação compilada pelo jornal.
Um dos que não pretende concorrer e está implicado na Lava Jato é o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). Ele será o primeiro político com foro a ser julgado pelo STF desde o início da operação, acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Casos como o dele, já adiantados, a Corte decidiu que não mandaria para a primeira instância.