O chefe do setor de países da Ásia Oriental do Centro de Estudos Pós-Soviéticos do Instituto de Economia da Academia de Ciências da Rússia, Georgy Toloraya, disse acreditar que a declaração de Pyongyang sobre o possível cancelamento da cúpula entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte é um jogo diante do público, por isso a possibilidade da cúpula ser realizada se mantém.
Em 12 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, têm uma reunião marcada para discutir as questões da desnuclearização e a recusa da Coreia do Norte em relaçao ao seu programa de mísseis. Antes disso, Trump realizará um encontro com seu colega sul-coreano, Moon Jae-in, em Washington.
De acordo com Toloraya, ninguém sabe o que está acontecendo no diálogo entre os EUA e a Coreia do Sul, por isso é impossível interpretar corretamente as etapas táticas que a Coreia do Norte está tomando nesse contexto.
"É possível que os americanos disseram a eles [Pyongyang] algo que eles não gostaram, por isso os norte-coreanos agora estão recuando, aumentando os obstáculos na direção de recusar as negociações", disse ele.
O especialista acrescentou que não se sabe sobre o que será acordado entre EUA e Coreia do Norte, mas destaca que "a julgar pela reação do Departamento de Estado, os americanos ainda acreditam que será possível chegar a um acordo".
"Existe um diálogo, um processo de barganha está em andamento. Suponho que talvez os americanos tenham apresentado condições inaceitáveis para os norte-coreanos. E estes se comportam de tal maneira: parecem estender a mão para a paz e prosperidade, e os americanos com seus exercícicios militares com os os sul-coreanos minam essa perspectiva. É um trabalho em cima do público", acrescenta Toloraya.