Há alguns dias, o magistrado admitiu em uma entrevista a uma revista brasileira que teria ficado arrependido de uma foto em que aparece rindo ao lado de outro tucano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), durante uma premiação da IstoÉ em São Paulo. Meses depois, o ex-governador mineiro virou réu na Operação Lava Jato.
Contudo, o clima festivo em sua homenagem fez com que Moro fizesse algumas declarações que agradaram os presentes. A primeira delas envolvia o próprio reconhecimento do seu trabalho que dá o devido lastro à luta contra a corrupção no Brasil.
"Este prêmio também significa que o setor privado no Brasil e nos Estados Unidos apoia o movimento anticorrupção brasileiro e isso faz grande diferença", afirmou, citado pelo jornal O Globo. Ovacionado ao longo de todo o seu discurso, o juiz ouviu os gritos de "Moro presidente!" durante os quase 20 minutos de fala.
Os quase 1 mil presentes ao evento ainda ouviram de Moro a garantia de que o país está no caminho certo e que os estadunidenses podem investir no Brasil – além de Doria, outras autoridades políticas brasileiras acompanhavam com atenção o discurso, como o ministro Carlos Marun, um dos homens de confiança do presidente Michel Temer (MDB).
O juiz da Vara Federal de Curitiba ressaltou ainda que a democracia brasileira, a despeito dos riscos de eventuais retrocessos, está a salvo e continua no caminho certo.
"A democracia não está em risco no Brasil. Há riscos de retrocesso mas não acredito que eles ocorrerão. Os Estados Unidos podem apostar no Brasil como nós apostamos", continuou Moro.
"Há muito a ser feito, continuar as reformas, consolidar a democracia, retomar o desenvolvimento, melhorar a qualidade dos serviços públicos de segurança, educação e saúde e enfrentar a pobreza e a desigualdade. Tudo isso só é possível sem a impunidade da grande corrupção", completou.
Exaltado por Doria – que o chamou de "herói nacional" e representante do "Brasil dos homens de bem" –, Moro deve ser exaltado mais uma vez nesta quinta-feira, quando participa também de um evento em Nova York, organizado pelo LIDE (grupo que pertence ao político tucano). Além do juiz, Marun também falará no mesmo encontro.