Em entrevista à Sputnik Brasil, o professor Moacyr Alvim, que desenvolveu a pesquisa junto com Paulo Cezar Carvalho, na Escola de Matemática Aplicada da FGV (EMAp), explicou um pouco melhor a metodologia utilizada para chegar à conclusão de que o Brasil tem 21% de chance de ser campeão, 7 pontos percentuais a menos do que tinha em 2014.
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— FGV (@FGV) 16 de maio de 2018
De acordo com o especialista, o estudo levou em consideração os resultados dos jogos disputados pelas 32 seleções que disputarão a Copa ao longo dos últimos quatro anos. Com isso, foram estimadas as forças de defesa e ataque de cada equipe, que serviram de base para simulações de confrontos entre elas. As conclusões são tiradas a partir dos resultados que aparecem mais vezes nessas simulações.
"A gente simula 1 milhão de Copas do Mundo com as forças de ataque e defesa que foram estimadas antes, com o histórico dos placares. Dessas 1 milhão de simulações, a gente observou que, em 213 mil, o Brasil chegou como campeão, acabou em primeiro. Ou seja, em 21% das simulações, o Brasil chega em primeiro", afirmou Alvim.
Ainda segundo esses processos, a seleção brasileira venceria, sem sofrer gols, os três jogos da primeira fase e se classificaria em primeiro lugar no grupo E, seguida pela Suíça. Nas oitavas de final, o encontro mais provável seria com a Suécia, por quem o Brasil também passaria.
"Óbvio que não dá para cravar isso", comentou o professor. "Quando a gente fala que o Brasil tem 21% de chances de ganhar a Copa, não quer dizer que é mais provável o Brasil ganhar do que não ganhar. Muito pelo contrário. Se são 21% de chances de ganhar, é de 79% a chance de não ganhar."
Logo atrás do Brasil na lista de favoritos, no estudo da EMAp, aparecem as equipes da Espanha (13%) e da Alemanha (11%), campeãs dos dois últimos mundiais (2010 e 2014, respectivamente). Assim, a matemática reflete mais ou menos aquilo que já é discutido normalmente por torcedores em geral.
Em sua busca pelo hexacampeonato, a seleção brasileira estreia no Mundial da Rússia no dia 17 de junho, contra a Suíça, em Rostov-no-Don. Depois, os comandados do técnico Tite enfrentam a Costa Rica, em São Petersburgo, no dia 22, e encerram a primeira fase contra a Sérvia, em Moscou, no dia 27.