Crescimento perigoso: mercado financeiro dos EUA ameaça provocar nova crise global

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Enquanto os investidores estão inquietos com o aumento da taxa de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, o Wall Street fechou em baixa. A analista Natalia Dembinskaya explicou por que razão essa tendência pode afetar o mercado financeiro mundial e levar a uma nova crise.

A taxa de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA atingiu o seu nível mais alto desde 2008, superando os três por centro. Segundo os analistas do banco Morgan Stanley, se a taxa de rendimento da dívida a 10 anos dos EUA for superior a 3,05%, ocorrerá o colapso.

Quando a Reserva Federal (banco central dos EUA) aumenta as taxas de juro ou realiza outras medidas de política monetária restritiva, no sistema financeiro se observa uma diminuição do "dinheiro barato", o que significa que os investidores têm menos possibilidades de investir em títulos do Tesouro.

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A taxa de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos é uma espécie de índice para o mercado financeiro mundial, a base para o preço dos títulos da dívida soberana de outros países. Se sua rentabilidade está aumentando, seu preço cai (e vice-versa) e os participantes do mercado antecipam o aumento das taxas de juro por parte dos bancos centrais, explicou Dembinskaya.

O aumento das taxas de juro significa maiores custos dos empréstimos para as empresas e, como consequência, elas fazem menos investimentos, os acionistas recebem menos lucros e os mercados financeiros se tornam menos atraentes.

Quando a taxa de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA supera os três por cento, os participantes do mercado entendem que isso irá provocar o aumento das taxas de juro.

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"Isso, por sua vez, provoca receios sobre o futuro colapso do mercado, receios de que a crise esteja mesmo ao virar da esquina", disse o bilionário e investidor Jeffrey Gundlach.

Os especialistas têm diferentes opiniões no que se refere a quando a crise pode começar. Por exemplo, os analistas da empresa financeira JP Morgan Asset Management opinam que a crise em 2018 é "pouco provável".

"Entretanto, o aumento da taxa de rendimento dos títulos de Tesouro afeta o mercado de ações, ou seja, se observa a queda dos principais índices bolsistas, que, para os especialistas, são os fatores-chave que podem levar ao colapso", declarou Dembinskaya.

Outra ameaça é a política protecionista dos EUA. O protecionismo tem um efeito negativo nos preços e na acessibilidade das mercadorias norte-americanas e chinesas, o que, por sua vez, levará à queda no comércio, prejudicando a economia global.

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