Em um importante documento, escrito por dois importantes departamentos da Santa Sé, o Vaticano disse que o lucro pelo lucro e não pelo bem maior é "ilegítimo".
Também condenou uma "cultura imprudente e amoral de resíduos" que criou oligarquias em alguns países, deixando grandes massas de pessoas empobrecidas "sem qualquer meio de fuga".
O documento também atacou o "canibalismo econômico" de algumas práticas financeiras.
O documento de 15 páginas usava ações de crédito, hipotecas subprime, negociações de alta frequência, swaps de crédito, derivativos, sistemas bancários paralelos, saídas de capital e empréstimos interbancários para ilustrar o que é vulnerável a abusos e ilegalidade. Também citou os salários dos executivos.
Embora o bem-estar material de uma grande parte da humanidade dependesse dos mercados, eles precisam ter uma forte base ética para ajudar a todos, disse o Vaticano.
"A recente crise financeira pode ter proporcionado a oportunidade de desenvolver uma nova economia, mais atenta aos princípios éticos, e uma nova regulamentação das atividades financeiras que neutralizaria as tendências predatórias e especulativas e reconheceria o valor da economia atual", afirmou.
Mais regulamentação foi necessária, de acordo com a Igreja Católica, que chamou "o comportamento imoral dos agentes no mundo financeiro", uma das principais razões para a mais recente crise econômica.
Até hoje, alguns tipos de derivativos eram uma bomba-relógio prestes a explodir, envenenando a saúde dos mercados. O Vaticano pediu a separação dos bancos para evitar outra crise, dizendo que comitês éticos deveriam ser estabelecidos em bancos e que mais cursos de ética deveriam ser ministrados nas principais escolas de administração.