"O clima aqui é de tranquilidade, dado que a campanha eleitoral foi bem mais fria e não teve nada a ver com as campanhas dos anos passados, com alta tensão ideológica e grande nível de polarização", disse Fierro, investigador do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (CELAG), à Sputnik Mundo.
De acordo com o especialista, o maior "mistério" que será desvendado em 21 de maio será a configuração de forças no palco interno da Venezuela.
"Embora a pressão exterior tenha muita importância, o destino do país se decide de qualquer maneira dentro do país. Se Henri Falcón conseguir um resultado bom, mesmo com a vitória de Maduro, como indica a maioria das pesquisas, ele provavelmente poderá expulsar a oposição tradicional e criar uma nova alternativa ao chavismo", opinou.
Fierro frisou que, segundo as enquetes, 85% dos venezuelanos não querem que os acontecimentos trágicos de 2014 e 2017 se repitam.
Em seguida, Fierro enumerou os três principais fatores que influem nestas eleições.
"Primeiro, é o apelo da oposição tradicional à abstenção; segundo, é o problema dos emigrantes, pois centenas de milhares dos venezuelanos emigraram devido aos problemas econômicos; e, em terceiro, a desilusão com os políticos em geral", argumentou.
Ao concluir, ele abordou o problema do comparecimento às urnas, evidentemente em relação ao apelo da oposição para não votar.
"Juan Manuel Santos foi eleito presidente da Colômbia com uma taxa de comparecimento de 47% no segundo turno, e ninguém duvida de sua legitimidade. O prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, foi eleito com taxa de comparecimento de 24%. Caso ao menos 50-60% dos venezuelanos votem, já será muito difícil não reconhecer essas eleições como legítimas", observou.