No domingo (20), Nicolás Maduro voltou a vencer as eleições presidenciais, obtendo 5,8 milhões de votos (cerca de 68%). Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, o candidato Henri Falcón obteve mais de 1,8 milhão de votos e Javier Bertucci 952 mil votos. No total, as eleições contaram com a participação de cerca de 46% dos eleitores.
O deputado da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) Aleksandr Yuschenko opinou, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, que os resultados das eleições mostram que o povo venezuelano apoiou a política iniciada por Hugo Chávez.
"[Os venezuelanos] mais uma vez deram uma lição à CIA, que lá opera. O povo da Venezuela apoiou o curso proclamado por Hugo Chávez, apesar dos 'especialistas americanos em mudança de regimes' terem muitas vezes levado a cabo as suas ações no país", afirmou o deputado.
Segundo Yuschenko, o próprio Maduro experimentou uma grande pressão, pois houve muitas tentativas de derrubar o governo, mas a Venezuela mostrou que isso não dará certo.
"Isso não agradará nada aos EUA. Não excluo que os americanos façam tentativas, inclusive ilícitas, de derrubar o governo. […] [os EUA] vão 'alimentar' a oposição, tentando ampliar sua influência por toda a Venezuela. Mas o povo, que na maioria vivia abaixo da linha de pobreza quando a influência dos EUA era grande, agora vê que esta pode ser combatida", declarou.
"[No Brasil e na Argentina] os governos também eram liderados por forças de direita, mas lá os norte-americanos conseguiram certos resultados inclusive através de métodos ilegais de influência nesses países. Os governos foram mudados. E, claro, a América Latina, como todo o mundo, se dividiu em duas partes: os que apoiam os EUA e sua presença em seu território e os que estão categoricamente contra o domínio dos EUA no mundo", disse.
O deputado sublinhou que a última tendência é significativa na América Latina, onde os ânimos antiamericanos são bastante pronunciados.
"Os Estados Unidos se preocupam muito com isso e realizam uma política ativa e agressiva de mudança de regimes", concluiu.
Assim, o futuro da Venezuela, segundo Yuschenko, dependerá do grau em que os EUA venham a intensificar a sua influência e da forma como o povo venezuelano conseguir resistir a essa influência.