Israel não quer apurar violência contra palestinos e ministro manda UE 'para o inferno'

© AP Photo / Remy de la MauviniereYuval Steinitz, ministro de Energia e Recursos Hídricos de Israel
Yuval Steinitz, ministro de Energia e Recursos Hídricos de Israel - Sputnik Brasil
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Infeliz com os pedidos da União Europeia (UE) para investigar a suposta brutalidade da polícia israelense contra palestinos contrários ao derramamento de sangue na fronteira de Gaza, o ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz, disse que a UE poderia "ir para mil infernos".

Steinitz estava dando uma entrevista a uma emissora de rádio local quando falou sobre a UE.

"Deixem eles irem para mil infernos", conforme citado pelo jornal israelense Haaretz.

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Sua resposta seguiu o apelo da UE por uma "investigação rápida" sobre a violenta repressão policial de Israel contra os manifestantes em Haifa na última sexta-feira. Eles criticavam o Estado de Israel pelo alto número de mortos na fronteira com Gaza.

Os protestos resultaram em ferimentos graves de Jafar Farah, diretor da ONG Mossawa, de Haifa, que defende os direitos dos árabes-israelenses.

O ministro israelense disse que queria enviar "para o inferno a União Europeia, que na verdade não representa as nações europeias". Ele criticou a UE como "uma organização que ninguém lidera e é menos amigável com Israel do que os próprios Estados europeus".

A posição de Steinitz foi apoiada pelo ministro da Segurança Pública Gilad Erdan que, em resposta à demanda da UE por uma investigação rápida, disse que "Israel, como a única democracia no Oriente Médio, não precisa de advertências moralistas de um corpo tendencioso e obsessivo como a UE".

Na mesma entrevista, o ministro da Energia de Israel também criticou a UE por cimentar sua relação com o Irã e manter o acordo nuclear com o Irã.

Farah, cujo joelho havia sido quebrado em uma noite de protesto de sexta-feira, foi levado sob custódia junto com outros 20 ativistas.

"Quando fui levado à delegacia com meu filho, encontrei-o no chão coberto de sangue. Quando perguntei ao policial: ‘Quem lhe deu o direito de tratar meu filho dessa maneira?’, Sua resposta foi quebrar meu joelho", disse Farah em entrevista à Rádio do Exército.

"Em um país democrático, a perna de um manifestante detido não será quebrada", criticou o filho de Farah, Basileia, à mesma rádio.

O Ministério da Justiça israelense havia negado qualquer irregularidade policial após as manifestações de sexta-feira em Haifa. Na segunda-feira, o Departamento de Investigação Policial do Ministério da Justiça abriu uma investigação sobre alegações de brutalidade policial. Cerca de 21 ativistas dos mais de 200 presentes foram presos durante a marcha da noite de sexta-feira.

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Os confrontos entre Israel e a UE têm precedentes. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, denunciou o recente derramamento de sangue em Gaza, onde centenas de manifestantes palestinos foram mortos e feridos em uma carta enviada ao Conselho Europeu.

A decisão dos EUA de mudar sua embaixada em Israel para a cidade disputada de Jerusalém levantou muitas sobrancelhas na UE, que alerta contra ela bem antes da abertura. O bloco alegou que esse movimento poderia colocar em risco o processo de paz na região.

A UE também confirmou sua posição "clara e consolidada" sobre Israel-Palestina, pedindo uma solução de dois estados baseada nas fronteiras de 1967, insistindo que Jerusalém deve ser a "capital de ambos [Estados]".

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