Em sua mensagem, o chefe do Comitê de Relações Exteriores da Câmara Alta, Konstantin Kosachev, escreveu que o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções contra ele devido apenas ao seu trabalho como chefe do comitê do Senado — porque este era o único posto que ele ocupa desde 2014.
"O aspecto mais insultuoso e preocupante em todo este processo, que é ilegal do ponto de vista do direito internacional, é que os nomes dos parlamentares foram colocados na lista negra sem qualquer explicação. Isso pode ser visto como uma tentativa sistemática de violar os direitos humanos de nossos parlamentares, juntamente com seus direitos humanos básicos", diz a carta.
Kosachev listou os nomes de todos os 22 senadores em exercício e ex-senadores russos afetados pelas sanções existentes dos EUA. O próprio senador foi colocado na lista negra pelo Departamento do Tesouro dos EUA no início de abril deste ano.
"Quando soube que sido havia colocado na lista de sanções, visitei o site do Departamento do Tesouro para ver seus argumentos. Mas não houve discussões e, por alguma razão, fui descrito como membro do governo russo. Além disso, meu nome foi colocado ao lado de algumas pessoas do Daesh e da Frente al-Nusra, e de uma multidão inteira de criminosos", reclamou o senador.
Na carta, Kosachev pede à União Interparlamentar que considere a possibilidade de uma resolução especial que denuncie qualquer sanção contra parlamentares estrangeiros como inadmissível.
Lançada em 1889, a União Interparlamentar é o grupo mais antigo que existe. Ela une os membros de 170 parlamentos nacionais e 11 assembleias parlamentares regionais são membros associados. O grupo detém o status de observador permanente nas Nações Unidas. Os Estados Unidos não são membros do sindicato.
A Rússia intensificou a cooperação com a UIP depois que congelou todas as atividades com a PACE, outra união interparlamentar internacional. A suspensão dos laços veio em 2014, depois que a assembleia retirou a delegação russa de seus direitos de voto e a proibiu de participar dos órgãos dirigentes do grupo sobre a crise política na Ucrânia. Segundo Kosachev, o sindicato pode investigar sua queixa já em junho.