Nicolás Maduro declarou que as autoridades dos EUA querem derrubar o governo da Venezuela.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik Aleksandr Chichin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia de Economia Nacional e Administração Pública russa, comentou as declarações de Maduro, indicando que não são infundadas.
Chichin não descartou que os EUA sejam capazes de empreender uma tentativa de golpe, só que, segundo ele, não por meio de uma interferência militar direta. Além disso, o analista recordou que há cerca de um ano, o próprio presidente norte-americano, Donald Trump, já tinha falado sobre essa possibilidade.
"Há menos que um ano, Trump admitiu a possibilidade de, caso os EUA 'achassem necessário', poderiam levar a cabo tal tipo de agressão", assinalou.
"Ali há campos militares, forças armadas suficientes para preparar tal invasão. Mas isso só poderia acontecer após manifestações maciças internas, algo parecido com o Maidan [onda de manifestações na Ucrânia de 2013 a 2014], o que, na verdade, a oposição tentou empreender antes", ressaltou Chichin, assinalando que as barreiras criadas por Maduro não permitem à oposição criar um foco de tensões apoiado do exterior, da Colômbia, "com as mãos dos EUA, claro".
Devido à inexistência de revoltas populares após as eleições de Maduro, e tendo o presidente um "mandado de credibilidade", as forças oposicionistas são incapazes de se unir, ressaltou Chichin.