Este foi 'o pior momento' para tal decisão: que acontecerá agora entre Kim e Trump?

© AP Photo / Ahn Young-joonTela de televisão mostrando presidente norte-americano Donald Trump e líder norte-coreano Kim Jong-un em Seul, Coreia do Sul
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Nesta quinta-feira (24), o chefe da Casa Branca cancelou a cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, alegando “raiva e hostilidade” por parte de Pyongyang, o que por alguns analistas foi classificado como um golpe duro no prestígio dos EUA.

Os especialistas consultados pelo canal RT apontam que Donald Trump na realidade tomou essa decisão por outros motivos e auguram consequências para a península coreana e o mundo em geral.

Grande fracasso

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"É difícil imaginar um momento pior que este para anunciar uma decisão deste tipo", opina Georgy Toloraya, diretor de estudos coreanos da Academia das Ciências da Rússia (RAN, na sigla em russo). Ele assinalou que a decisão não só desafia o gesto norte-coreano de suspender os testes nucleares, como é uma "bofetada" no presidente sul-coreano, Moon Jae-in, após os seus esforços de melhorar as relações.

"Aos olhos da comunidade internacional, a culpa da interrupção das negociações é atribuída somente a Donald Trump", assinalou o cientista político. "Isto é um grande fracasso, tanto da política externa, como da interna, porque [Trump] afirmou que poderia resolver os problemas que herdou dos seus predecessores. E vê-se que não", assegurou Toloraya.

Medo de concessões

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Para Vasily Kashin, especialista militar da Escola Superior de Economia da Rússia, esta decisão é fruto das expetativas diferentes de ambas as partes. "A Coreia do Norte disse que abandonaria as armas nucleares somente no caso do reconhecimento diplomático completo, do cancelamento de todas as sanções, garantia de segurança e retirada das tropas norte-americanas da península. Ninguém vai fazer tais concessões", indicou o analista.

Konstantin Asmolov, especialista em assuntos coreanos da RAN, reforçou que Trump deu um passo atrás por ter medo de que a falta de concessões por parte de Pyongyang fosse encarada pela mídia como uma derrota. "Entre os conservadores estadunidenses circulou a opinião de que a reunião com Kim, por si própria, seria uma concessão" por parte dos EUA, sublinhou Asmolov ao canal.

Grave deterioração

Toloraya considera que, depois da recusa de Trump de negociar frente a frente com Kim, as relações bilaterais podem se deteriorar muito. "Podemos prever tensões crescentes, manobras militares e outra ronda de lançamentos de mísseis. E, o que é pior ainda, os norte-coreanos podem levar a cabo uma explosão nuclear atmosférica em algum lugar do oceano Pacífico", prevê o cientista político, adicionando que isso "já será uma coisa muito mais séria".

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